Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Thiago Galdino de Souza - Psicólogo CRP 04/36869

O tratamento de traumas com EMDR é uma abordagem psicoterapêutica estruturada que utiliza a estimulação bilateral, como movimentos oculares, sons ou toques alternados para ajudar no reprocessamento de memórias traumáticas.
Desenvolvida por Francine Shapiro, essa técnica busca aliviar o sofrimento emocional associado a experiências difíceis, como traumas, luto, ansiedade e TEPT.
Neste artigo, você vai entender como funciona o tratamento de traumas com EMDR, quais são seus benefícios, para quem ele é indicado e como ele se diferencia de outras terapias.
Como funciona o tratamento de traumas com EMDR?
O tratamento com EMDR segue um protocolo estruturado que envolve a ativação de memórias traumáticas enquanto o paciente realiza movimentos oculares ou recebe outro tipo de estimulação bilateral.
Assim, esse estímulo alternado pode ser visual, auditivo ou tátil, sempre aplicado de forma rítmica entre os dois lados do corpo.
A estimulação bilateral serve para facilitar o acesso a memórias difíceis e permitir que o cérebro processe essas informações de forma mais adaptativa.
Dessa forma, durante o processo, o paciente traz à mente a lembrança traumática enquanto acompanha os estímulos, o que ajuda a dessensibilizar a carga emocional ligada ao evento.
Com o avanço das sessões, essas lembranças deixam de provocar sofrimento intenso.
Assim, o objetivo é que a pessoa consiga lembrar do trauma sem reviver a dor emocional associada, promovendo alívio e reorganização cognitiva.
A base neurocientífica do EMDR no tratamento de traumas
A eficácia do EMDR no tratamento de traumas está relacionada ao modo como o cérebro processa informações traumáticas.
Assim, quando um evento é muito impactante, ele pode ficar “preso” na memória, impedindo o processamento natural e gerando sintomas como ansiedade, medo intenso e flashbacks.
O estímulo bilateral ativa simultaneamente os hemisférios cerebrais, favorecendo a comunicação entre eles. Além disso, estudos sugerem que esse mecanismo imita o processamento que ocorre durante o sono REM (fase em que consolidamos experiências e regulamos emoções).
Pesquisas neurocientíficas, ainda, indicam que o EMDR reduz a ativação da amígdala, estrutura ligada ao medo, e fortalece a ação do córtex pré-frontal, associado à regulação emocional.
Então, isso permite que o trauma seja reinterpretado de forma mais racional e segura.
A abordagem é reconhecida por instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Americana de Psiquiatria, e diversos estudos clínicos comprovam sua eficácia no tratamento de TEPT e outros transtornos mentais ligados a traumas.
Benefícios do tratamento de traumas
O EMDR é uma técnica estruturada e eficaz, capaz de promover mudanças significativas na saúde mental de quem viveu experiências traumáticas. Então, entre os principais benefícios relatados por pacientes estão:
- Redução rápida dos sintomas do trauma, como ansiedade, insônia, flashbacks e hipervigilância.
- Melhora na regulação emocional, com mais equilíbrio diante de gatilhos emocionais.
- Aumento da autoestima e da autoconfiança ao ressignificar experiências dolorosas.
- Diminuição de crenças negativas sobre si mesmo, substituindo-as por percepções mais realistas e saudáveis.
- Melhoria geral no funcionamento diário, com maior capacidade de se relacionar, trabalhar e viver com qualidade.
Assim, muitos pacientes relatam alívio significativo já nas primeiras sessões, especialmente em casos de traumas pontuais.
As 8 fases do tratamento de traumas com EMDR
O tratamento de trauma com terapia EMDR é composto por oito fases bem definidas, sendo que cada etapa tem um papel essencial no reprocessamento seguro e eficaz das memórias traumáticas:
- Anamnese e planejamento do tratamento: O terapeuta coleta o histórico do paciente, identifica memórias traumáticas e define alvos terapêuticos. Além disso, também avalia se o paciente está apto para iniciar o EMDR.
- Preparação: Nessa fase, o profissional explica como a técnica funciona e desenvolve recursos de segurança emocional, como exercícios de relaxamento e visualizações positivas.
- Avaliação: O paciente identifica a imagem mais perturbadora relacionada ao trauma, as crenças negativas associadas e o grau de desconforto emocional e corporal.
- Dessensibilização: Com o uso de estímulos bilaterais (movimentos oculares, sons alternados ou toques), o paciente acessa a memória traumática, permitindo que ela perca a carga emocional negativa.
- Instalação: O foco agora é fortalecer crenças positivas que substituem as negativas, até que o paciente sinta que essa nova visão está integrada.
- Escaneamento corporal: O terapeuta orienta o paciente a observar sensações físicas. Assim, caso haja tensão ou desconforto, mais estímulos bilaterais são aplicados para limpar o impacto somático.
- Finalização: A sessão é encerrada com técnicas de estabilização e o paciente é orientado a anotar sensações ou memórias que surgirem até a próxima sessão.
- Reavaliação: Na sessão seguinte, o terapeuta verifica se os alvos anteriores foram resolvidos ou se precisam de mais intervenção. Novos alvos também podem ser definidos.
Na Psitto, nossos profissionais seguem essas fases com precisão e acolhimento, garantindo um processo terapêutico eficaz e seguro para quem busca superar traumas com EMDR.
Para quais tipos de traumas o EMDR é indicado?
A terapia EMDR é indicada para pessoas que enfrentaram situações marcantes e continuam sofrendo com seus efeitos emocionais.
Portanto, entre os principais tipos de traumas tratados estão:
- TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático): Causado por situações extremas, como acidentes ou violência.
- Abusos e violência: Física, sexual ou psicológica.
- Luto complicado: Dificuldade em lidar com perdas significativas.
- Traumas infantis: Negligência, abandono, bullying ou abuso.
- Acidentes e traumas médicos: Internações, cirurgias ou diagnósticos graves.
- Experiências traumáticas no trabalho: Assédio, demissões ou acidentes laborais.
Portanto, o EMDR é eficaz especialmente quando outras abordagens não trouxeram alívio suficiente, ajudando o paciente a ressignificar memórias difíceis e restaurar o bem-estar emocional.
Diferenças entre EMDR e outras terapias
O EMDR se diferencia das terapias tradicionais e dos outros tipos de psicoterapia por focar diretamente no reprocessamento de memórias traumáticas com estímulos bilaterais.
Enquanto abordagens como a psicanálise e a terapia humanista trabalham principalmente pela fala e reflexão, o EMDR atua de forma mais ativa e estruturada para dessensibilizar emoções negativas ligadas ao trauma.
Assim, isso permite resultados mais rápidos e duradouros, especialmente em casos de traumas específicos.
Qual a diferença entre TCC e EMDR?
Abaixo, montamos uma comparação direta entre a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia EMDR:
Aspecto | TCC | EMDR |
Foco da abordagem | Reestruturação de pensamentos e comportamentos | Reprocessamento de memórias traumáticas |
Técnicas principais | Diários, reestruturação cognitiva, exposição gradual | Estímulos bilaterais (visuais, auditivos ou táteis) |
Envolvimento do corpo | Principalmente mental e verbal | Integra corpo e mente no processo de reprocessamento |
Duração do tratamento | Pode ser mais longo, dependendo do caso | Geralmente mais breve em traumas pontuais |
Aplicação | Ampla: ansiedade, depressão, fobias, etc. | Traumas, TEPT, fobias, luto e eventos específicos |
Modo de atuação | Analisa padrões de pensamento e comportamento | Acessa memórias dolorosas para ressignificá-las |
As duas abordagens são eficazes, mas utilizam caminhos distintos para promover mudanças emocionais e comportamentais.
Diferenças entre a terapia EMDR e o Brainspotting
Característica | EMDR | Brainspotting |
Mecanismo Principal | Utiliza estimulação bilateral (geralmente movimentos oculares, mas também toques ou sons) para processar memórias traumáticas. Acredita-se que a estimulação bilateral ajude a reprocessar informações no cérebro, similar ao que ocorre durante o sono REM. | Foca na identificação de “brainspots” (pontos no campo visual) que ativam memórias traumáticas ou emocionais. Acredita-se que esses pontos correspondam a áreas no cérebro onde o trauma está armazenado. O terapeuta guia o cliente a manter o olhar fixo nesse ponto enquanto processa as sensações e emoções. |
Foco da Intervenção | Direcionado a memórias traumáticas específicas e seus componentes (imagens, pensamentos, emoções, sensações corporais). | Pode ser mais difuso, focando em sensações corporais e ativações emocionais que podem não estar ligadas a uma memória específica clara. Permite que o cliente siga o processo interno de forma mais livre. |
Papel do Terapeuta | Mais diretivo, guiando o cliente através de protocolos estruturados para o processamento de memórias. | Mais não-diretivo, atuando como um “testemunha sintonizada”, observando e facilitando o processo do cliente, permitindo que o sistema nervoso se autorregule. |
Aplicações | Amplamente utilizado para TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), ansiedade, depressão, fobias, luto, dor crônica e outros problemas relacionados a experiências traumáticas. | Utilizado para TEPT, ansiedade, depressão, dor crônica, problemas de desempenho (esportes, artes), vício e outros desafios emocionais e psicológicos. |
Evidências Científicas | Possui um vasto corpo de pesquisa e é reconhecido por diversas organizações de saúde como um tratamento eficaz para o TEPT. | A pesquisa está em crescimento, com estudos promissores, mas ainda não possui o mesmo volume de evidências que o EMDR. |
Como o trauma afeta o cérebro?
O trauma pode causar alterações significativas no funcionamento do cérebro, especialmente nas áreas responsáveis pela resposta ao estresse, memória e regulação emocional.
Assim, regiões como a amígdala, o hipocampo e o córtex pré-frontal são diretamente impactadas.
Então, a amígdala se torna hiperativa, aumentando a vigilância e a sensação de ameaça constante.
Assim, o hipocampo, envolvido na memória, pode ter seu volume reduzido, dificultando a distinção entre passado e presente em situações traumáticas.
Já o córtex pré-frontal, que ajuda a regular emoções, pode ter sua atividade diminuída, prejudicando a capacidade de tomar decisões e controlar impulsos.
Então, essas alterações ajudam a explicar sintomas como flashbacks, ansiedade intensa e dificuldade de concentração.
Portanto, entender como o trauma afeta o cérebro é fundamental para buscar intervenções eficazes. Na Psitto, você encontra psicólogos especializados em EMDR, prontos para ajudar no seu processo de cura com acolhimento e profissionalismo.
Psicólogos para Traumas
Conheça os psicólogos que atendem casos de Traumas no formato de terapia online por videochamanda:
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Melissa Almeida
Consultas presenciais
Consultas por vídeoMelissa possui formação em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Também possui formação em Psicologia Organizacional pela PUC-SP, o que contribui para uma compreensão mais ampla das dinâmicas pessoais e profissionais de seus pacientes...
Valor R$ 260
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Consulte os horários -
Isis Pacheco
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Isis Pacheco tem especialização em Gestalt Terapia e formação em atendimentos voltados a crianças e adolescentes, pelo Instituto de Gestalt de São Paulo.
Valor R$ 260
próximo horário:
01/jul. às 16:00hs
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Autor: psicologo Thiago Galdino de Souza - CRP 04/36869Formação: O psicólogo Thiago Galdino é graduado pela Associação Catarinense de Ensino (A.C.E), possui especialização em Saúde Mental e Coletiva pela Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC -Barbacena), é especialista em Transtorno do espectro autista (TEA), com a abordagem Son Rise-Nível 1.