Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Laura do Carmo Ferreira Borges - Psicólogo CRP 06/121033
Distúrbios alimentares são, basicamente, condições psicológicas que perturbam o comportamento alimentar de uma pessoa. Esse comportamento traz diversas consequências negativas para a sua saúde mental e física, embora ela negue os prejuízos ou não tenha consciência de suas ações.
Algumas percepções de especialistas afirmam que essas condições são mais comuns em sociedades que cultuam a magreza exageradamente.
Assim, as pessoas desenvolvem uma preocupação anormal com seus corpos e aparência. Sabe-se que a forma como uma pessoa aparenta pode ter grande impacto em sua autoestima. Logo, a preocupação exagerada influencia decisões anormais sobre o que e como comer.
Todavia, essa não é a única característica que influencia o surgimento dos distúrbios alimentares. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4,7% da população brasileira apresenta alguma disfunção em seus hábitos alimentares. Entre os mais jovens, esse índice sobe para preocupantes 10%.
Quais são os tipos de distúrbios alimentares
Existem seis tipos de distúrbios alimentares específicos, segundo o Manual Merck de Diagnóstico e Tratamento (MSD), sendo dois deles os mais comuns.
Anorexia
Caracteriza-se pela busca incessante por magreza, mesmo quando a pessoa já está abaixo do peso ou apresenta problemas de saúde por conta dele. Devido à distorção da imagem corporal, ela pode não perceber o dano que está fazendo a si mesma.
Para não engordar, a pessoa com anorexia restringir as porções consumidas durante as refeições ou deixa de comer completamente. Ela cria métodos para fingir que está se alimentando bem para os amigos e familiares. Suas técnicas falham quando as pessoas começam a perceber a redução perigosa do seu peso.
É um dos distúrbios mais comuns e costuma afetar meninas adolescentes preocupadas em manter uma determinada aparência, dentro dos padrões de beleza estipulados pela sociedade. Se não tratado, pode levar a morte por inanição.
Bulimia
Diferente da anorexia, esta condição apresenta episódios frequentes de vômito induzido após as refeições e abuso de laxantes e de diuréticos. O jejum ou o excesso de exercícios físicos também são comuns. Como na anorexia, há obsessão por não engordar, ainda que a pessoa já esteja demasiadamente magra.
Caso o distúrbio não seja tratado, a pessoa com bulimia pode apresentar uma série de consequências físicas originárias dos vômitos recorrentes, como dores no estômago, inflamação do esôfago, dor de garganta crônica, azia, refluxo gástrico, desnutrição, úlceras intestinais, entre outros. Também pode levar a morte se não for tratado.
Distúrbio alimentar compulsivo
Essa condição envolve o consumo compulsório de quantidades excessivas de alimentos. Após comer muito, a pessoa sente-se mal e tenta compensar a compulsão com comportamentos inadequados, como, por exemplo, o vômito induzido. Esse ciclo nada saudável acontece porque a ingestão de alimentos causa sensação de perda de controle e a pessoa sente a necessidade de retomá-lo de alguma forma.
Distúrbio de ruminação
Bem como na anorexia, envolve a regurgitação repetida de alimentos após as refeições. A comida também pode ser cuspida e engolida ou mastigada novamente antes de ser reengolida. A pessoa com esse distúrbio pode não saber que tem controle sobre essa conduta como também pode saber que seus hábitos alimentares não são socialmente aceitos. Logo, limita a consumação de alimentos. É mais comum em crianças.
Transtorno de ingestão alimentar restritiva/esquiva
A pessoa evita ou restringe a ingestão de determinados alimentos. Ela não se preocupa com a aparência ou o peso como nos transtornos anteriores. Esse comportamento pode causar deficiência nutricional, dependência de suporte de vitaminas e perturbação do estado emocional. Também costuma ser identificado entre as crianças.
Picafagia
Nessa condição, a pessoa consome objetos não comestíveis, como papel, argila, terra, cabelo, entre outros. Alguns objetos podem ter pontas e serem cortantes, causando lesões internas no estômago ou intestino, ou serem tóxicos, resultando em intoxicação. A ingestão de terra também pode acarretar o surgimento de parasitas.
É um distúrbio mais comum em crianças e pode durar alguns meses antes de desaparecer completamente. Entretanto, também pode surgir em adolescentes e adultos, especialmente em indivíduos que possuem outras condições psicológicas.
Devido à sua característica sigilosa, tende a ser diagnosticado quando a pessoa exibe uma consequência severa de ter se alimentado de objetos estranhos e é levada para o hospital.
Sinais de alerta
Embora os distúrbios mencionados anteriormente tenham sintomas específicos, é possível identificar se alguém possui ou é suspeito de possuir um distúrbio alimentar. Além de mudar o comportamento em relação à comida, a pessoa passa a agir diferente e apresentar lesões e ferimentos. Confira os sinais de alerta abaixo:
Sinais comportamentais
- Pensamentos obsessivos sobre comida, imagem corporal e peso;
- Considerar a comida ou o corpo como algo controlável;
- Verificar o peso repetidamente na balança de casa ou de estabelecimentos;
- Obsessão com a aparência;
- Desconforto em comer em público;
- Esconder comida;
- Gostar de cozinhar para os outros, mas não para si mesmo;
- Mentir sobre o que comeu durante o dia ou sobre hábitos alimentares;
- Punir a si mesmo por ter comido demais ou ganhado peso;
- Isolamento social;
- Depressão;
- Baixa autoestima;
- Autocrítica constante; e
- Descaso claro com o distúrbio e a aparência preocupante.
Sinais físicos
- Tontura;
- Hábito de automutilação;
- Perda de peso repentina;
- Redução da libido;
- Dores no estômago;
- Insônia;
- Inchaço de pernas, braços, mãos e/ou do rosto;
- Fraqueza muscular ou perda de força; e
- Fadiga.
Caso você note uma grande quantidade dos sinais acima em si mesmo, consulte um psicólogo para certificar-se de um diagnóstico. Questionar-se sobre a possibilidade de ter um distúrbio alimentar pode ser um indicativo que você tenha, de fato, o tenha.
Caso note esses sinais em outra pessoa, converse com ela de forma amigável, questionando-a sobre seus hábitos e sentimentos. O diálogo deve ser atencioso para que ela não se sinta pressionada ou intimidada.
Causas de distúrbios alimentares
A necessidade de resgatar o controle sobre a própria vida pode causar um distúrbio alimentar. A pessoa se sente impotente em virtude de um fator externo, como abuso ou ambiente familiar opressor, e concentra a atenção em algo que acredita poder controlar.
Outras possíveis causas são: experiências pessoais negativas ou traumáticas, relacionamentos abusivos, pressão social relacionada à aparência, sentimentos negativos, comportamento aprendido (criança observa a forma como os pais interagem com a comida), influências de amigos e estresse crônico.
Considerações importantes
Pode ser difícil entender as características dos distúrbios alimentares já que muitos dos sintomas vão à contramão dos instintos de sobrevivência. Amigos e familiares podem não compreender a necessidade da pessoa de não comer ou de comer muito, o que cria um afastamento entre eles.
É comum a pessoa com distúrbio ser acusada de ser mal educada, fazer descaso do alimento diário, estar sendo dramática ou querer chamar atenção. Por exemplo, como a anorexia e a bulimia envolvem grande preocupação com a estética corporal, não costumam ser levadas tão a sério. No entanto, são as condições mais letais entre os distúrbios.
Comentários desagradáveis estimulam à autocrítica e a necessidade de autopunição, prejudicando a saúde mental da pessoa.
A postura adequada de quem está próximo deve ser de compreensão, vigilância aos hábitos nocivos do outro e de desejo de ajudar. Embora a pessoa não demonstre querer ouvir as orientações ou elogios dos familiares, o tratamento deve continuar sendo de amor e respeito.
Os distúrbios alimentares apenas são tratados através da psicoterapia. A pessoa que apresenta sinais de alerta deve ser aconselhada a procurar ajuda profissional e, se possível, receber apoio de entes queridos durante o tratamento.
Tratamentos para distúrbios alimentares
A psicoterapia é o melhor tratamento para os distúrbios alimentares. Apesar de alguns medicamentos ajudarem a aliviar sintomas, a psicoterapia trata a origem dos problemas emocionais e psicológicos da pessoa. O psicólogo explora o porquê e como o distúrbio foi desenvolvido, restaurando o controle sobre a vida e os sentimentos do paciente.
Como o comportamento da pessoa com distúrbio alimentar afeta a convivência com os familiares, a Terapia Familiar também é recomendada. O estresse e a preocupação dos membros da família podem ser aliviados na psicoterapia.
Como conviver com distúrbios alimentares
O distúrbio alimentar costuma dominar a vida da pessoa que o tem. Para tornar a vivência diária mais agradável, o foco dos pensamentos deve ser modificado para as demais áreas da vida. A pessoa deve se esforçar para seguir as orientações do psicólogo e engajar em atividades prazerosas, como caminhadas, cursos, saídas com amigos e hobbies, ou seja, tudo que aumentar a sensação de normalidade durante o tratamento.
Psicólogos para Distúrbios Alimentares
Conheça os psicólogos que atendem casos de Distúrbios Alimentares no formato de terapia online por videochamanda:
-
Mariangela Venas
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA Psicóloga Mariangela Venas é especialista em Transtornos Alimentares pela PUC-RIO. Lançou em novembro de 2023 o seu primeiro livro: Corpo Feminino: subjetividade e contemporaneidade. Em outubro de 2016 teve artigo publicado no livro: A estética alimentar no desenvolvimento humano...
Valor R$ 170
Posso ajudar comTranstornos AlimentaresDistúrbios AlimentaresTranstorno de Ansiedade Generalizada (TAG)SuicídioMorte e Lutopróximo horário:
13/set. às 09:00hs -
Ana Raymundi
Consultas presenciais
Consultas por vídeoAna Cláudia é psicanalista Lacaniana, membro da Associação psicanalítica “Associação Livre Psicanálise em Londrina”. Formou-se em psicologia na Universidade Estadual de Londrina em 2006 e trabalha em sua clínica desde 2007, atendendo adolescentes e adultos.
Valor R$ 260
Posso ajudar comConflitos FamiliaresDistúrbios AlimentaresTOC - Transtorno ObsessivoAutoconhecimentoEstressepróximo horário:
13/set. às 09:00hs
Quem leu esse artigo também se interessou por:
- O que é autoestima e qual sua relação com a saúde mental?Você sabe o que é autoestima e sua relação com a saúde mental? Descubra com Psitto quais os sinais de baixa autoestima e como lidar!
- Sintomas de Estresse: saiba como aliviar os sinaisOs sintomas de estresse são diversos e, viver com isso, pode causar diversos problema à saúde física e mental. Saiba agora como aliviar tais sinais!
- Terapia Cognitivo Comportamental: como funciona e quando é aplicada?Você sabe o que é a Terapia Cognitiva Comportalmental, como funciona e para que serve? Tire suas dúvidas com os especialistas da Psitto!
Autor: psicologa Laura do Carmo Ferreira Borges - CRP 06/121033Formação: Laura é graduada em Psicologia pela Universidade Cruzeiro do Sul e Especialista em Clínica Psicanalítica pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul.