Aprender a lidar com a rejeição é essencial para navegar pela vida sem acúmulo de estresse ou de ansiedade.

Embora possa ser doloroso se sentir rejeitado(a), seja na vida amorosa, social ou profissional, faz parte da vida.

Não é possível agradar todo mundo. Esse conceito precisa ser compreendido e aceito para evitar frustrações e possíveis traumas oriundos da rejeição.

As pessoas têm uma necessidade natural de serem aceitas e pertencerem a grupos.

É uma busca que inicia na infância e se estende até o fim da vida.

Quando isso não acontece, um indivíduo pode acreditar que o problema é com ele e desenvolver mecanismos de defesa pouco saudáveis para lidar com a dor causada pela rejeição.

Por que a rejeição fere emocionalmente?

O maior dano causado pela rejeição é, na verdade, cometido por nós mesmos. É a maneira como respondemos a ela que lhe atribui tanto poder. Ser rejeitado causa ansiedade, medo, dúvidas e um sentimento incômodo de dor.

A sensação de não ser aceito pelos demais desperta uma série de especulações destruidoras de autoestima.

Quando a rejeição acontece, nos culpamos e buscamos a razão para não sermos apreciados em nossa personalidade, condutas, formas de expressão, competência, intelecto, aparência, entre outros.

Será que há algo de errado conosco? O que fizemos para causar isso?

A nossa apreciação por nós mesmos naturalmente fica lá embaixo e ainda “esfregamos sal na ferida”.

Apesar de essa conduta ser altamente autodestrutiva, a maioria das pessoas já engajou em devaneios desse gênero.

A ausência de respostas, na verdade, pode ser a pior parte de tudo.

Raramente o grupo ou a pessoa que rejeita alguém é franco sobre isso. Para não causar conflitos verbais ou uma situação ainda mais desconfortável, simplesmente cortam relações.

Assim, nasce uma sensação de “algo inacabado” no indivíduo rejeitado.

Ela é extremamente aborrecedora e pode perturbar o emocional, levando-o a uma busca infrutífera pela razão da rejeição. 

O que pode causar a rejeição?

De fato, ser rejeitado deve causar reflexão. Esse conhecimento não costuma ser passado para nós quando crianças, então, crescemos sem saber lidar com a rejeição.

Às vezes, nós podemos mesmo ser os causadores da nossa própria realidade enquanto, em outras, sofrermos uma injustiça de um indivíduo mal resolvido consigo mesmo.

Há, ainda, um terceiro cenário. A rejeição pode acontecer sem malícia nenhuma, apesar de infligir o mesmo tipo de dor.

Abaixo, veja alguns tipos comuns de rejeição:

• Rejeição Amorosa: a rejeição de um parceiro em potencial ou de um parceiro de um relacionamento amoroso tende a ser devastadora. Em ambos os casos, a dor é intensa e pode deixar marcas. Quando há uma conexão emocional mais profunda, ainda é preciso lidar com a perda da pessoa amada.
• Rejeição profissional: não ser chamado para uma vaga, não avançar no processo seletivo e não receber uma reposta de uma entrevista são situações que danificam a confiança dos candidatos desempregados. Já para os profissionais trabalhando, ter um projeto rejeitado, não ser ouvido por supervisores e colegas de trabalho, e não receber reconhecimento pelo trabalho são algumas situações que originam o sentimento amargo de rejeição.
• Rejeição familiar: possivelmente a forma de rejeição mais prejudicial ao indivíduo é a que acontece dentro de casa. É difícil, quase insuportável, ser rejeitado pelos pais, irmãos e parentes próximos. A sensação de rejeição provocada pelo pai ou pela mãe, sobretudo, geralmente resulta em uma série de problemas emocionais.
• Rejeição social: esta se refere à rejeição de um grupo social cuja amizade estava estabelecida ou pré-estabelecida como também de indivíduos desconhecidos.

Em todas as ocasiões acima, cabe à reflexão lógica (sem autodepreciação) dos possíveis acontecimentos ou atitudes que causaram a exclusão.

Por exemplo, a outra pessoa pode rejeitá-lo em virtude de pendências emocionais que em nada têm a ver com você.

A nossa reação imediata é levar a rejeição para o pessoal.

No entanto, o outro poderia estar em um dia ruim ou ter dificuldade com relacionamentos interpessoais, ou estar sobrecarregado psicologicamente.

Assim, não devemos trazer os sentimentos ruins sentidos por terceiros para nós. 

Por outro lado, um comportamento seu também pode estar afastando as pessoas.

Chegar a essa conclusão costuma demorar porque raramente estamos dispostos a fazer uma autoavaliação para encontrar possíveis falhas de caráter.

Caso esse seja o caso, a boa notícia é que é possível modificar condutas por meio de técnicas de repetição e força de vontade!

Então, como lidar com a rejeição?

Se nós podemos ser o “problema” como também não o ser, como lidar com a rejeição?

Primeiramente, é preciso compreender que mesmo se uma atitude sua, consciente ou inconsciente, estiver afastando os demais, você não precisa se julgar ou se criticar demasiadamente.

Afundar-se em lamentações não vai melhorar a sua vida, mas, sim, destruir a sua autoestima, autoconfiança e amor-próprio.

Todas as pessoas são passíveis de erros e possuem atributos negativos que dificultam algum aspecto de suas vidas, embora não pareça ser assim. Não somos criaturas perfeitas. Você também tem o direito de cometer erros ao longo da sua vida. Portanto, não é necessário se autoflagelar.

O mais sensato a fazer é refletir sobre a situação, aceitar a possibilidade de rejeição (especialmente se já recebeu vários comentários sobre uma conduta ou característica sua) e modificar o que não está dando certo. 

O mesmo é válido para as demais ocasiões. A rejeição é somente uma fase desagradável da vida, a qual é vivenciada por todas as pessoas (sem exceção), e não um parâmetro a ser utilizado para definir quem você é.  

5 dicas para administrar a  rejeição

Abaixo, você confere dicas para lidar com a rejeição de forma saudável. Esta habilidade é imprescindível para se ter uma vida mais feliz, livre de estresse e aborrecimentos. Caso elas não sejam o suficiente para ajudá-lo, você pode recorrer à terapia.

1.     Não esconda os seus sentimentos

Converse com a pessoa que lhe causa aflição com sinceridade. Compartilhe como está se sentindo e pergunte o que pode ter feito para ela reagir assim.

Não encare essa conversa como um acerto de contas, mas como um diálogo tranquilo entre dois camaradas (mesmo que não seja assim).

Caso a outra pessoa não estiver disposta a conversar, se afaste.

Pelo menos, você tentou resolver a situação e acabar com a dúvida dentro de si.

Pode ser que, no futuro, quando os sentimentos não estiverem tão latentes, a conversa possa ser reestabelecida.

2.     Faça reflexões

Vale reforçar a necessidade da reflexão. Veja a rejeição como uma oportunidade para o crescimento pessoal, não como uma afronta ou um pretexto para atacar a si mesmo.

Dessa forma, você terá mais sucesso ao refletir sobre o ocorrido.

Essa dica pode ser aplicada nas mais diversas situações da vida para gerar aprendizados e impulsionar a nossa evolução pessoal, emocional, profissional e até espiritual.

3.     Aceite a realidade

Para aprender a lidar com a rejeição, você precisa aceitá-la.

Aceitar a realidade como ela é não implica em se resignar tampouco silenciosamente concordar com quem lhe causou mal.

A aceitação é uma forma de conceder permissão a si mesmo para seguir em frente, deixando a situação incômoda no passado. A partir dela, você descobrirá novas oportunidades.

4.     Impulsione a autoconfiança

Pode demorar semanas, meses ou até anos para você se recuperar, especialmente se a rejeição partiu de uma pessoa querida.

Nesse período, você pode se sentir inclinado a se vitimizar. Porém, esteja consciente que colocar-se em posição de vítima não o ajudará a retomar a sua felicidade.

Em vez disso, em uma tarde sem compromissos, sente-se e liste as suas qualidades em uma folha de papel.

Relembre conquistas e boas ações. Se descobrir alguma característica ou comportamento insatisfatório, faça os movimentos de mudança necessários para modificá-los.

5.     Siga adiante

Faça coisas que você gosta, como ir ao cinema ou sair com os amigos, ou tente novas experiências para afastar a inércia restante da tristeza.

Sempre que os pensamentos ruins retornarem, afaste-os com distrações calmantes, como meditação ou a prática de exercícios físicos, ou divertidas, como assistir a um vídeo engraçado.

A rejeição não o define como pessoa nem dita quais caminhos você seguirá a partir dela.

Assim que estiver se sentindo mais forte e centrado, siga adiante com gosto renovado pela vida e pelas pessoas.

Tendemos a olhar para o nosso entorno com amargura após um evento negativo, esperando a mesma situação se repetir e causar sofrimento.

É uma reação de autodefesa que deve ser combatida para que você não perca oportunidades.

Leia também: “TDAH adulto: causas, sintomas, desafios, como lidar e tratamento“

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