Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Daniela Xavier Morais - Psicólogo CRP 12/14408
O relacionamento aberto tem ganhado cada vez mais adeptos. Afinal, essa é uma forma que muitos casais têm encontrado para não deixar que a relação caia na rotina.
No entanto, muita gente acredita que, nesse tipo de relacionamento, os cônjuges podem fazer o que bem entendem, sem limites. Mas não é bem assim!
Nesse sentido, preparamos um guia completo para que você realmente entenda em que consiste uma relação não-monogâmica e quais são os limites para entrar em uma. Boa leitura!
O que é ter um relacionamento aberto?
Ter um relacionamento aberto significa estar comprometido amorosamente com alguém, em um namoro ou um casamento, ter a liberdade de manter relações paralelas sem que essas sejam consideradas como traições.
Portanto, estar em um relacionamento aberto é estabelecer acordos diferentes daqueles que tradicionalmente seguimos em uma relação monogâmica.
Como funciona o relacionamento aberto?
Basicamente, o relacionamento aberto funciona a partir de acordos estabelecidos entre os cônjuges. Por isso mesmo, o diálogo e a transparência são muito importantes. Além disso, é essencial que se tenha uma responsabilidade afetiva.
Mas, em termos práticos, não existe uma fórmula para esse tipo de relação funcionar. Isso porque, quando se decide abrir uma relação, cada casal cria algumas regras específicas, como, por exemplo, não poder levar um parceiro para dentro de casa.
Esses acordos devem ser definidos após muita conversa e autoconhecimento, uma vez que cada um dos cônjuges deve enxergar até onde conseguem se permitir dentro daquele relacionamento.
Portanto, não existe o certo ou o errado em um relacionamento aberto. Existe aquilo que é consensual para o casal.
É saudável ter um relacionamento aberto?
A resposta para essa pergunta é: depende! Isso porque ser ou não ser saudável está mais relacionado aos cônjuges e à forma como eles enxergam esse tipo de relação do que ao relacionamento aberto em si.
Nesse sentido, para ser saudável, é necessário que os parceiros entendam o relacionamento aberto da mesma forma.
Enquanto para algumas pessoas, por exemplo, o relacionamento aberto está vinculado apenas ao sexo fora da relação, outras já permitem um nível maior de envolvimento. Portanto, é preciso que o casal esteja em sintonia.
Além disso, esse consenso também deve existir sobre as razões que levam à abertura do relacionamento. É por uma vontade dos dois ou um lado está cedendo com receio de perder o parceiro?
Isso significa que, para ser saudável, é muito importante que ambos estejam seguros daquilo que realmente querem viver e que trabalhem o autoconhecimento para descobrir os seus limites emocionais.
Leia também: Como ter um relacionamento saudável?
5 regras comuns dos relacionamentos abertos
Apesar de alguns acordos serem específicos de cada casal, existem algumas regras comuns dos relacionamentos abertos que devem ser seguidas por quem deseja entrar nesse tipo de relação a fim de garantir a sustentabilidade dessa.
A seguir, listamos as principais e mais comuns!
1. Comunicação aberta e honesta
Em qualquer relacionamento, a comunicação e o diálogo são essenciais. No entanto, em uma relação aberta eles se tornam ainda mais importantes.
Assim, em um primeiro momento, é preciso haver muita conversa para que seja possível encontrar um formato de relação equilibrada, que seja confortável para ambos.
Além disso, é muito importante que essa comunicação transparente continue existindo, sempre. Afinal, depois que a relação for aberta, pode ser que algum dos parceiros se frustre ao perceber que, talvez, a teoria é diferente da prática.
Nesse sentido, é muito importante manter o diálogo honesto para expor sobre os seus sentimentos, emoções e vontades ao outro.
2. Definição de limites claros e realistas
Como mencionamos, cada relacionamento aberto possui seus acordos específicos, e eles são muito importantes para que fiquem claros os limites. Alguns deles são:
- Se é permitido ou não levar pessoas para o lar do casal;
- Se é permitido se relacionar com qualquer pessoa ou se algumas, como amigos próximos, estão proibidos;
- Se os encontros devem ser apenas casuais ou se pode haver algum nível de envolvimento romântico;
- Qual deve ser a frequência de encontros;
- Quais são os métodos de proteção que devem ser utilizados nessas relações extraconjugais, etc.
Essas são apenas algumas das questões para as quais devem haver limites muito claros e definidos a fim de evitar conflitos na relação.
3. Testes de DSTs periódicos
A fim de preservar a saúde de ambos, também é importante que os parceiros realizem exames médicos regulares a fim de verificar questões sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Por mais que o sexo seguro e protegido deve ser uma das regras definidas, como mencionamos anteriormente, é muito importante que se mantenha esse controle.
Portanto, se você optou por abrir a relação, se comprometa a seguir essa rotina de exames.
4. Consentimento contínuo
Como já mencionamos, pode acontecer de a teoria ser bem diferente da prática. E não tem nada de errado em perceber que algum acordo estabelecido não faz sentido mais para você ou que o próprio relacionamento aberto não funcionou como você esperava.
Isso significa que o consentimento deve ser contínuo para a saúde da relação. Portanto, os parceiros devem se sentir confortáveis para se abrir para o cônjuge e rever alguns pontos.
O mais importante é que não exista um sentimento de obrigação. Todo e qualquer relacionamento só funciona quando há respeito e consentimento.
5. Revisão regular dos acordos
Uma última regra comum e que está relacionada com a anterior é a revisão regular dos acordos. Ainda que nenhum dos parceiros tenha se manifestado contrário a algum ponto do relacionamento aberto, é muito importante que, de tempos em tempos, o casal revise todas as suas regras.
Afinal, pode ser que, por receio ou insegurança, algum dos parceiros não fale abertamente sobre a sua insatisfação com algum ponto.
Nesse sentido, ao deixarem previamente marcada uma revisão periódica dos acordos, é possível conferir essa liberdade a ambos.
Essa é uma forma de garantir que o formato da relação continue funcionando para os dois, atendendo aos desejos e vontades de ambos.
Conclusão
Como vimos, o relacionamento aberto é uma possibilidade dentre os inúmeros formatos de relações que existem. E não existe nada de errado com ele.
Entretanto, para que essa relação seja saudável, é importante que haja o consenso do casal em um formato que se adeque para ambos e que seja confortável emocionalmente para eles. Ou seja, a responsabilidade afetiva deve estar sempre em primeiro lugar!
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Autor: psicologa Daniela Xavier Morais - CRP 12/14408Formação: Psicóloga, Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Psicodramatista em formação pela Sociedade de Psicodrama de São Paulo (SOPSP).