Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Camila Maria Felipe Vega - Psicólogo CRP 04/40773
Em um período de intensa polarização e extremismo, a comunicação não-violenta se apresenta como uma ferramenta eficaz e essencial para amenizar os conflitos e melhorar as relações interpessoais.
Ela contribui para que a expressão seja mais clara e compreensiva e, dessa forma, auxilia no estabelecimento de conexões mais fortes, seja entre cônjuges, amigos, familiares ou colegas de trabalho. Isso significa que ela pode ser aplicada nos mais diversos ambientes!
Neste artigo, preparamos um guia completo sobre a comunicação não-violenta, com seus benefícios, componentes e formas de aplicá-la no dia a dia. Confira!
O que é comunicação não-violenta?
A comunicação não-violenta (CNV) consiste no desenvolvimento de um processo comunicativo mais compreensivo e empático. Por meio dele, as pessoas tendem a se comunicar de forma mais clara e também de compreender melhor o que os outros dizem.
Portanto, trata-se de uma comunicação construída por meio de habilidades de linguagem capazes de gerar uma maior qualidade na conexão entre os interlocutores.
Ela pode ser aplicada nas relações pessoais, profissionais e, inclusive, no relacionamento que desenvolvemos com nosso próprio eu.
Como a comunicação não-violenta funciona?
Na prática, a comunicação não-violenta funciona a partir da escuta ativa, pois é a partir dele que as pessoas podem desenvolver a empatia e o respeito pelo próximo.
Dessa forma, essa técnica defende que, em vez de o indivíduo reagir de forma automática e repetitiva a uma situação e/ou contexto comunicacional, é necessário que ele, primeiramente, tome consciência daquilo por meio da observação.
Portanto, diferente da comunicação tradicional, a CNV trabalha com a ideia da observação e autorreflexão para que as pessoas não sejam simplesmente reativas, mas tomem consciência do cenário e, assim, se comuniquem de forma assertiva.
Quando surgiu a comunicação não-violenta? (CNV)
O idealizador da comunicação não-violenta é o psicólogo americano Marshall Rosenberg.
O motor propulsor para que ele sistematizasse essa técnica foram as suas vivências de segregação e violência que sofreu ainda na juventude. Logo, ele procurava compreender o comportamento humano violento.
No entanto, a CNV começou a tomar real forma nos anos 60, durante o auge dos movimentos contra a segregação racial nos Estados Unidos, cenário este que era bastante violento e com diversos conflitos e discussões.
Nesse cenário, Rosenberg atuava como orientador educacional nas instituições acadêmicas com a finalidade de ensinar técnicas de comunicação a alunos, professores e outros membros para que esses pudessem passar por essa transição de forma pacífica.
Sua proposta era que todos adotassem uma escuta ativa, empática e sem julgamentos para que fossem encontradas saídas mais pacíficas para combater a segregação.
Assim, o psicólogo elaborou o método da comunicação não-violenta (CNV), exposta e detalhada posteriormente no livro “Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”.
Quais os principais componentes da comunicação não-violenta?
Existem alguns componentes que são imprescindíveis para a prática da CNV, sendo os principais: observação, sentimentos, necessidades e pedidos. Detalhamos a seguir cada um deles!
Observação
Primeiramente, é necessário observar determinada situação sem criar juízo de valor naquele momento. Ou seja, você deve realizar uma observação sobre o fato, deixando de lado suas avaliações e percepções sobre ele.
Isso não significa que você deve parar de ter a sua opinião e avaliação sobre os eventos, mas que deve saber separá-lo do fato para conseguir avançar em uma conversa produtiva, em que a realidade é compartilhada.
Sentimentos
Um outro componente da comunicação não-violenta são os sentimentos. Aqui, é importante se permitir ser vulnerável para entender qual sentimento é despertado em você após a observação de um fato. Afinal, expressar os nossos sentimentos nos aproxima do outro.
Então, aprenda a nomear exatamente o que se sente para conseguir transmitir ao outro essas sensações na hora de resolver os conflitos.
Entretanto, saiba diferenciar o que se sente do que se pensa, pois os pensamentos estão mais relacionados aos julgamentos, diferentemente dos sentimentos.
Necessidades
Depois que se compreende o sentimento que foi despertado diante de determinada situação, então é necessário entender quais são as necessidades inerentes a ele. A partir disso, é possível descobrir as suas motivações e torná-las claras ao outro.
Para Rosenberg, as necessidades são humanas e universais, ou seja, todo mundo as possui. Esse é, portanto, um ponto de conexão entre as pessoas, o que contribui para comunicações mais empáticas.
Pedidos
Por fim, temos os pedidos como último componente da CNV. Eles estão relacionados à expressão de uma solicitação para atender às nossas necessidades.
Entretanto, os pedidos não podem ser abstratos ou vagos. Mas também não podem ser exigências, porque a comunicação se torna agressiva.
Nesse cenário, os pedidos devem ser ligados a ações concretas e realizados de forma positiva, clara e específica para que as pessoas realmente consigam entender como podem contribuir com você.
Como aplicar a comunicação não-violenta no dia a dia?
Não sabe por onde começar a praticar a comunicação não-violenta no seu dia a dia? Então confira alguns hábitos simples e práticos que você deve adotar!
Pratique a empatia
Empatia é tentar se colocar no lugar do outro para entender as suas dores e necessidades. E isso é essencial para a prática de uma comunicação não-violenta, pois aumenta a conexão entre as pessoas.
Nesse sentido, no seu dia a dia, procure ser empático com o próximo e ir além daquilo que ele diz. Ou seja, procure entender o que ele pode estar sentindo ou precisando.
Essa é uma forma de você não julgá-lo por uma fala agressiva ou equivocada que ele possa ter diante de uma situação, evitando, assim, reagir de forma automática.
Seja honesto
Ser honesto consigo mesmo e com o outro é uma forma de evitar conflitos desnecessários. Nesse sentido, a partir dos componentes da CNV, procure falar de forma clara e aberta para o próximo o que se passa com você.
A partir disso, será possível facilitar o entendimento do outro sobre você e sobre as suas necessidades, além de diminuir as chances de ele reagir de forma defensiva e/ou agressiva a alguma ação que você tome.
Escute mais
Falar menos e ouvir mais parece um mero ditado popular, não é mesmo? Mas saiba que essa prática é bastante eficiente para o desenvolvimento da comunicação não-violenta.
Isso significa que você deve se propor a realizar uma escuta ativa e, assim, intervir o mínimo possível durante a fala das outras pessoas.
Se você é uma pessoa que gosta de falar bastante, esse pode ser um grande desafio. Porém, saiba que é super necessário e fará uma diferença significativa nas suas relações.
Quais os benefícios da comunicação não-violenta?
Se ainda ficou alguma dúvida sobre a importância de praticar a CNV, confira a seguir os seus principais benefícios:
- Melhora dos relacionamentos pessoais e profissionais;
- Maior conexão com as pessoas;
- Redução de conflitos;
- Melhora nas expressões e na comunicação;
- Desenvolvimento da empatia, sensibilidade e compreensão;
- Maior facilidade para a resolução de situações complexas;
- Prevenção de problemas relacionados à saúde mental.
Conclusão
Como vimos, a comunicação não-violenta é uma importante ferramenta para melhorar a qualidade das relações interpessoais. No entanto, para desenvolvê-la, é necessário adotar hábitos diários, pois esse é um processo de aprendizagem contínua. Por isso, o mais importante é ter foco, inteligência emocional e não desistir em meio às adversidades que possam surgir.
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Autor: psicologa Camila Maria Felipe Vega - CRP 04/40773Formação: A psicóloga Camila Vega é Mestre em psicologia pela PUC Minas. É Pós-Graduada em Terapias Cognitivo Comportamentais (PUC RS), em Neuropsicologia (Instituto Israelita Albert Einstein-SP), bem como em Psicopedagogia (Centro Universitario Unibh).