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Muita gente desconhece que existem vários tipos de dislexia.
As variações dessa condição podem dificultar o diagnóstico dessa condição, uma vez que afetam o comportamento da pessoa disléxica de modo diferente, especialmente ao que diz respeito aos estudos.
Quando a pessoa não sabe o porquê de não conseguir executar certas atividades, ela começa a se ver como inferior aos demais.
Por isso, a realização do diagnóstico, preferencialmente nos primeiros anos de vida, é tão importante.
No post de hoje, abordaremos como a dislexia afeta o comportamento de pessoas de diferentes idades.
O que é dislexia e quais são os tipos de dislexia que existem?
Dislexia é um transtorno genético caracterizado pela dificuldade de aprendizado, sendo que o domínio da linguagem é o principal déficit dessa condição.
Ela possui três graus de severidade: dislexia leve, moderada e severa.
Assim, cada um determina o nível de dificuldade que o disléxico possui com a escrita e a leitura.
A dislexia não é considerada uma doença, mas um transtorno do neurodesenvolvimento pelo DSM-V.
Em outras palavras, uma alteração no cérebro faz com que o indivíduo funcione de uma maneira diferente.
Já o CID de dislexia, classifica essa condição como um transtorno específico de leitura.
O CID é a Classificação Internacional de Doenças.
Atualmente, se encontra na sua 10ª revisão. O DSM-V, por outro lado, é o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o qual está na sua quinta revisão.
Além de diferentes graus de dislexia, existem 3 tipos distintos:
1. Dislexia visual
Dislexia visual consiste em uma dificuldade de leitura resultante de problemas visuais ou de distúrbios do processamento visual.
A pessoa com essa condição não conseguem decodificar o símbolo gráfico, não consegue enxergar as letras e/ou palavras nitidamente e demora para fazer a leitura de um texto, seja em voz alta ou somente para ela.
Assim, a dislexia começa a ser percebida no início da vida escolar, quando a criança entra em contato com leitura, escrita e outras atividades escolares.
Como o disléxico nunca teve contato com outra maneira de realizar uma leitura, ele não consegue relatar exatamente a sua dificuldade.
Para ele, as coisas são assim e pronto.
Alguns sintomas desse tipo específico de dislexia são: pular palavras ou linhas durante a leitura, esfregar os olhos com frequência, piscar sem parar enquanto lê, déficit na fluência da leitura, entre outros.
2. Dislexia auditiva
Dislexia auditiva é caracterizada pela inabilidade de identificar os sons básicos de uma língua da maneira correta.
Assim, o indivíduo demostra dificuldade de compreender pessoas que falam rápido, sotaques acentuados, instruções faladas, conversa paralela e distinguir uma sílaba com som semelhante da outra.
Portanto, como o disléxico não consegue compreender totalmente o que ele está ouvindo, ele também possui dificuldade de reproduzir palavras e sílabas.
3. Dislexia mista
A dislexia mista é caracterizada pela união dos sintomas da dislexia visual e dislexia auditiva.
Assim, o disléxico não consegue ler um texto adequadamente nem compreender sons, palavras e sotaques.
Deste modo, ele possui dificuldades de aprendizagem mais severas do que quem possui os outros tipos de dislexia.
Quais os sintomas da dislexia?
Pessoas de diferentes idades sentem os sintomas da dislexia de modo distinto, uma vez que possuem experiências correspondentes a sua faixa etária.
Por exemplo, a maneira como o disléxico vive os sintomas na escola difere de como ele os vive no ambiente profissional.
É importante destacar que a dificuldade provocada pela dislexia causa incômodos emocionais.
A criança disléxica, por exemplo, se sente limitada e incompetente ao se comparar com os coleguinhas de turma.
Consequentemente, ela costuma ter autoestima baixa e ser insegura.
As mesmas crenças negativas são desenvolvidas na vida adulta.
O adulto disléxico, ainda que compreenda as suas dificuldades, tende a se ver sob uma luz negativa e não confiar na sua capacidade.
Veja, a seguir, como os sintomas se manifestam conforme a idade.
Sintomas da dislexia na primeira infância
Na primeira infância, período que vai desde o nascimento até os seis anos de idade, os sintomas predominantes são:
- Falta de atenção;
- Dispersão;
- Dificuldade de decorar rimas e músicas;
- Atraso na fala;
- Atraso na coordenação motora;
- Falta de interesse por atividades que envolvam leitura ou canções; ou
- Dificuldade de resolver quebra-cabeças.
É complicado para os pais identificaram as limitações dos filhos nesta faixa etária, dado que a criança somente interage com brinquedos e atividades criativas em casa, por exemplo.
Assim, o desinteresse por uma certa atividade ou objeto é interpretado como preferência por outras coisas.
Sintomas de dislexia na idade escolar
Na idade escolar, quando a criança começa a frequentar a escola e dá início ao processo de alfabetização, os sintomas ficam mais claros.
Então, a criança demonstra desatenção e dispersão maiores durante as aulas, dificuldade de aquisição de conhecimento através da leitura e limitações na coordenação motora fina, as quais impedem que ela desenhe, escreva e pinte.
Dessa forma, leva mais tempo para aprender a ler e escrever que o restante da turma.
Outros sintomas, por exemplo, são:
- Dificuldade de copiar palavras da lousa;
- Desorganização com os materiais escolares, planejamento de atividades (tarefas e trabalhos) e tempo (atrasos nas aulas e desrespeito com prazos);
- Limitações na coordenação motora grossa, a qual envolve movimentos menos delicados, como pular, dançar, correr e subir escadas;
- Necessidade de ler um parágrafo ou texto dezenas de vezes até conseguir compreender o conteúdo;
- Dificuldade de decorar rimas;
- Desinteresse por livros e outros materiais impressos;
- Perder pertences com frequência devido à falta de atenção;
- Dificuldade de interpretação de texto e de charges ou tirinhas; e
- Vocabulário limitado, com frases curtas, vagas ou imaturas para a idade.
Sintomas de dislexia em adultos
A dislexia na fase adulta afeta, principalmente, o desempenho dos profissionais no ambiente de trabalho.
O indivíduo com algum dos tipos de dislexia normalmente não segue a vida acadêmica devido à falta de interesse oriunda dos sintomas da condição.
Os adultos costumam apresentar os seguintes sintomas de dislexia:
- Dificuldade de seguir instruções faladas ou escritas;
- Não pronunciar todas as sílabas de uma palavra;
- Dificuldade para ler mapas e seguir indicações de direção;
- Demorar para fazer cálculos de cabeça;
- Déficit na gestão de tempo no dia a dia;
- Dificuldade de concentração; e
- Demora para concluir a leitura de um livro, relatórios, gráficos, etc.
Então, possuem dificuldades de aprendizagem e para concluir atividades que, para os outros, são simples resultam em problemas de autoestima.
Quais são as principais causas da dislexia?
As causas exatas da dislexia ainda não foram identificadas, mas é certo que os tipos de dislexia têm relação com fatores genéticos.
Assim, algumas possibilidades determinadas por profissionais são alterações cerebrais e déficits na comunicação entre os neurônios.
Então, os disléxicos recebem informações em uma área diferente do cérebro, resultando em falhas nas conexões cerebrais.
Por conseguinte, o processo de leitura e escrita sofrem alterações.
Diagnóstico e possíveis tratamentos: qual o profissional que cuida de dislexia?
O diagnóstico da dislexia é costumeiramente feito por uma equipe multidisciplinar formada pelos seguintes profissionais: médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e neurologista.
Isso porque é preciso descartar uma série de condições para chegar ao diagnóstico de fato, como, por exemplo, deficiências visuais ou adutivas, transtornos de aprendizagem, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), problemas emocionais que podem interferir no processo de aprendizagem, entre outros fatores.
Pais que possuem suspeitas de que o filho possui dislexia ou adultos com suspeita dessa condição podem buscar, primeiramente, um médico para conversar sobre como se procederá o processo de diagnóstico.
O neuropsicólogo também é recomendado, uma vez que a avaliação neuropsicológica identifica o reflexo das alterações cerebrais no comportamento do indivíduo.
Nesta primeira fase, é necessário coletar muitos dados sobre o paciente através da realização de exames e avaliações com o psicólogo.
Com a conclusão do diagnóstico, o paciente é encaminhado para o tratamento mais adequado para o seu quadro clínico. Ele consiste em:
- Psicoterapia: a psicoterapia é recomendada para tratar as questões emocionais e psicológicas provocadas pela dislexia. Para as crianças, é ideal procurar um psicólogo infantil com experiência em tratar transtornos do neurodesenvolvimento e aprendizagem.
- Treinamento auditivo: no caso da dislexia auditiva ou mista, pacientes passam por uma reabilitação auditiva para desenvolverem habilidades auditivas, tais como localização, reconhecimento e detecção de sons.
Neuropsicologia: o objetivo do neuropsicólogo é ajudar o paciente a melhorar a sua relação com os estudos. Além de tratar a sua autoestima, esse tipo de terapia corrige déficits do processo de aprendizagem.
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Autor: Psitto
Excelente.
Obrigado Dra.
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