Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online.
Problemas de aprendizagem são condições que afetam diversas funções cognitivas ligadas ao processo de aprender. Além de dificultarem a retenção e compreensão de informações, eles podem trazer diversos incômodos emocionais para as pessoas que precisam conviver com eles.
Julgamentos, bullying, comentários maldosos e falta de oportunidades profissionais são experiências que fazem as pessoas com essas condições acreditarem que não possuem o mesmo potencial que as demais. Elas podem se sentir inferiorizadas, o que agrava a relação que possuem com o estudo.
Por isso, psicólogos recomendam aos pais e indivíduos que possuem dificuldade extrema associada a algum fator do aprendizado a buscarem um profissional para ajudá-los o quanto antes.
Neste post, falaremos sobre as diversas condições que podem afetar a aprendizagem.
O que são problemas de aprendizagem?
Problemas de aprendizagem são condições que afetam a capacidade de aprender do indivíduo. Ele pode ter dificuldade para ler e interpretar o conteúdo de materiais escritos, fazer cálculos, reter novas informações, se concentrar em atividades, entre outros.
Esses deficits normalmente são percebidos na infância uma vez que é a época da vida em que as funções cognitivas associadas ao estudo são exercitadas frequentemente. Os pais ou professores notam uma dificuldade atípica na relação da criança com os estudos, além de desinteresse ou aversão à escola.
Quando as condições de aprendizagem não são identificadas na infância ou na adolescência, elas podem afetar negativamente a vida adulta. O adulto, sem ter consciência disso, pode sofrer com provocações e baixa autoestima em razão das suas dificuldades.
O nível de gravidade pode se modificar ao longo do desenvolvimento. Por exemplo, as dificuldades de aprendizagem podem ser severas na infância e suavizarem na vida adulta ou vice-versa. Essa mudança pode ocorrer devido a influências de condições médicas, genéticas ou ambientais.
Intervenções precoces são recomendadas por essa razão. Além de diminuírem o sofrimento emocional durante a vida, elas ajudam a reduzir os sintomas das condições de aprendizagem e a melhorar as funções cognitivas.
O que causa os problemas de aprendizagem?
Problemas de aprendizagem são causados por disfunções neurológicas que interferem no funcionamento regular de certas partes do cérebro. Por isso, de acordo com o DSM-V, eles também são chamados de ‘transtornos do neurodesenvolvimento’.
O início dos deficits na capacidade de aprender acontece no período do desenvolvimento infantil. Eles podem ser provocadas por fatores hereditários, ter associação com síndromes genéticas, como a Síndrome de Down e a Síndrome de Lesch-Nyhan, e outros transtornos, como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Outras possíveis causas são lesões cerebrais traumáticas oriundas de acidentes e fatores ambientais, como conflitos pessoais ou na família. Crianças que residem em lares opressivos podem ter dificuldades para aprender de médio a longo prazo. É comum, nesses casos, que a relação com os estudos melhore com a resolução dos conflitos.
Como existem múltiplas origens para os problemas de aprendizagem, pais são orientados a levar os filhos ao médico para fazer uma avaliação completa. O psicopedagogo, psicólogo com especialização em psicopedagogia, também pode ajudar no diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem.
Quantos problemas de aprendizagem existem?
Existem vários transtornos de aprendizagem que podem acometer as pessoas. São eles:
1. Dislexia
A dislexia é um dos transtornos de aprendizagem mais conhecidos. Caracterizada pela dificuldade em ler e compreender conteúdos escritos, dos simples aos mais complexos. A pessoa possui dificuldade para identificar e reconhecer letras, símbolos gráficos e fonemas. Da mesma forma, pode ter problemas para interpretar o conteúdo e formar uma conclusão lógica a partir do que foi lido.
2. Disgrafia
Já a disgrafia se caracteriza pela dificuldade na escrita. Isto é, dificuldade para redigir a grafia correta das palavras e construir orações coerentes. Erros de ortografia e acentuação são cometidos com frequência, principalmente com palavras de fonética semelhante. A pessoa pode trocar sílabas ou letras de lugar por não conseguir identificar a diferença entre elas.
3. Discalculia
Como o nome indica, a discalculia é a dificuldade para fazer cálculos. A pessoa leva tempo para reconhecer e compreender a utilidade de cada número em uma operação matemática. Assim, ela não consegue fazer cálculos simples, como contas de troco, e interpretar problemas matemáticos comuns nos livros escolares.
4. Dislalia
A dislalia é uma dificuldade na fala. A pessoa não consegue pronunciar certos sons devido a distinções nos órgãos fonadores. Esta dificuldade é bastante comum em crianças com autismo, mas por razões relacionadas a essa desordem neurológica.
5. Disortografia
A disortografia possui associação com a disgrafia, porém é uma condição com sintomas mais graves, que vão além da dificuldade para escrever palavras corretamente. A pessoa também não tem vontade de estudar, ir à escola ou superar suas dificuldades de escrita.
6. Transtorno de Deficit de Atenção (TDA)
O Transtorno de Deficit de Atenção é uma condição que interfere na capacidade de concentração da pessoa. Ela ainda tem um certo grau de inquietação, mas não é tão grave quanto o TDAH. Ainda assim, o TDA afeta o comportamento em áreas não relacionadas à aprendizagem.
Por exemplo, ele pode ter dificuldade em ouvir as outras pessoas, ter sensação recorrente de tédio e apatia, se sentir cansado com mais frequência e ao mesmo tempo se sentir inquieto ao ficar muito tempo parado, entre outros.
7. Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
O Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade diferente do TDA no nível de inquietação. As pessoas com TDAH são mais agitadas e têm mais dificuldade para prestar atenção no que estão fazendo. Assim, o estudar pode ser um desafio.
É importante ressaltar que o método de ensino faz diferença na vontade e na capacidade de reter novas informações. Se a pessoa tem facilidade com uma determinada metodologia, ela pode aprender normalmente com ela, mas apresentar dificuldades quando se depara com outras.
O TDAH também possui sintomas comportamentais, como inquietação constante, cometer erros por descuido, perder o interesse no meio da conversa, perder coisas importantes e se esquecer de compromissos com frequência.
8. Outras condições
Como visto anteriormente, algumas condições de saúde e desordens genéticas podem interferir na relação do indivíduo com o estudo. Elas não são, de fato, considerados problemas de aprendizagem. Por influenciarem negativamente as funções cognitivas ligadas ao processo de aquisição de conhecimento costumam ser frequentemente mencionadas quando o assunto é dificuldade para aprender.
Como é feito o tratamento dos problemas de aprendizagem?
O tratamento dos problemas de aprendizagem podem ser feitos pelo esforço mútuo do psicopedagogo e outros profissionais da saúde, além do apoio dos pais e professores da escola onde a criança estuda.
O psicopedagogo atua tanto no desenvolvimento das disfunções cognitivas – memória, concentração, raciocínio lógico, comunicação, linguagem e outras – quanto nos fatores emocionais. Como as pessoas com dificuldade para aprender podem sofrer julgamentos de colegas de classe e de trabalho, elas são mais suscetíveis a desenvolver baixa autoestima.
Podem até sofrer bullying na escola e assédio moral no trabalho por conta da sua condição. Sendo assim, o seu estado emocional pode ser frágil. Elas podem desenvolver ansiedade, depressão, estresse crônico, transtorno do pânico ou outras condições de saúde mental em razão de experiências de vida negativas.
Da mesma forma, podem se sentir ‘burras’, ‘incompetentes’ e ‘preguiçosas’ por não conseguirem acompanhar o ritmo de aprendizagem dos demais. A terapia emocional auxilia na quebra das mentalidades de “não consigo” e “não posso”, bem como ajudam a aumentar a autoestima.
Logo, o tratamento para problemas de aprendizagem pode ser feito da seguinte maneira:
Funções cognitivas
O psicopedagogo estimula funções cognitivas específicas através de testes e atividades para potencializar a aprendizagem e melhorar a realização de atividades do dia a dia não relacionadas ao estudo. As atividades podem ser feitas tanto na terapia presencial quanto na terapia online.
Terapia emocional
As inseguranças dos pacientes também são trabalhadas ao longo das sessões. À medida que eles notam a evolução de suas competências, começam a se sentir mais confiantes e felizes consigo mesmos. Eles também passam a ter uma relação mais saudável com a aprendizagem. Além disso, o psicopedagogo pode incentivar reflexões sobre os sentimentos dos pacientes.
Hábitos de estudo
Muitas pessoas com dificuldade de aprender precisam desenvolver hábitos de estudo eficientes para ajudar na retenção de conhecimento. Por exemplo, precisam ter horários fixos e um ambiente apropriado para o estudo, e utilizar materiais e técnicas para ajudá-los a memorizar o conteúdo. O psicopedagogo identifica as dificuldades que os pacientes têm nesses pontos e desenvolve um planejamento de estudo para ajudá-lo a consolidar os hábitos.
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Autor: psicologa Camila Maria Felipe Vega - CRP 04/40773Formação: A psicóloga Camila Vega é Mestre em Psicologia pela PUC Minas e possui especialização em Neuropsicologia pelo Instituto Israelita Albert Einstein-SP, bem como em Psicopedagogia, pelo Centro Universitario Unibh.
Cara Doutora Thaiana!
Gratidão por mais este Artigo/Vídeo tão instrutivo!
Forte abraço,
Luís Monteiro.
Obrigada pelo feedback!