Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online.
A síndrome do burnout é uma condição de saúde associada ao trabalho. Embora tenha entrado no CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) recentemente, ela foi identificada pelo psicólogo norte-americano Herbert J. Freudenberger ainda em 1974.
Ele foi o primeiro a reconhecer que certos aspectos do trabalho possuem capacidade de influenciar a saúde mental e física das pessoas.
No Brasil, muitos profissionais já vivenciaram essa realidade. A ISMA-BR (International Management Association) revelou que o Brasil é a segunda maior nação com maior número de profissionais com diagnóstico de burnout.
Além de transformar a relação do profissional com o trabalho em algo exaustivo e estressante, o burnout também pode incentivar o desenvolvimento de outras condições de saúde mental, como ansiedade e depressão.
O que dificulta a identificação da síndrome por quem sente os sintomas é a maneira sorrateira com que eles afetam a saúde.
Sem perceber, o profissional permite que o estresse se torne crônico e comece a causar uma série de incômodos emocionais e físicos.
É por essa razão que eles procuram um psicólogo para tratar a condição tardiamente.
As características da síndrome de burnout
A principal característica da síndrome de burnout, também conhecida como estresse ocupacional e esgotamento profissional, é o excesso de estresse.
Ele pode ter origem nos relacionamentos profissionais, cobranças constantes, pressão, falta de recursos para executar o trabalho, ambiente insalubre, entre outros fatores.
O profissional com burnout entra em um estado de tensão emocional contínuo e se depara com dificuldades para desestressar.
Assim, ele apresenta irritabilidade, mudanças bruscas de humor, problemas de memória, dificuldade para se concentrar e pensamentos pessimistas.
Esses sintomas do burnout podem afastá-lo do trabalho, resultando em ausências ou atrasos.
A baixa autoestima é outra característica do estresse ocupacional. O profissional começa a ver a si mesmo como um fracassado.
Ele desgosta de tudo o que faz e acredita que nada está suficientemente bom.
Deste modo, não aceita elogios e reconhecimentos que, em outra ocasião, poderiam fazer o seu dia.
O burnout também tem alguns sintomas físicos, os quais podem tornar a estadia no trabalho desconfortável.
Dores de cabeça, sudorese, perda ou ganho excessivo de peso, palpitações, pressão alta, dores musculares e distúrbios gastrointestinais são alguns dos incômodos físicos que os profissionais podem sentir no cotidiano.
A relação do profissional com o trabalho
Você já parou para refletir sobre como é a sua relação com o seu trabalho? A maneira como você enxerga o compromisso diário com a sua profissão é um grande indicativo da síndrome de burnout.
Profissionais que desenvolvem essa condição de saúde normalmente possuem relações tóxicas com a sua vida profissional.
Trabalham até mais tarde e nos finais de semana com frequência, não tiram férias, assumem projetos e tarefas de outras pessoas, têm dificuldade para gerenciar a pressão, são altamente competitivos, entre outras condutas.
Essa postura de excesso pode ser tanto da personalidade do profissional quanto adquirida ao longo do tempo devido às exigências do meio.
O ambiente de trabalho pode forçar os profissionais a priorizarem excessivamente o trabalho e se esquecerem das suas vidas pessoais.
Da mesma forma, pode levá-los a ter problemas com a ansiedade, estresse e depressão em razão dos relacionamentos interpessoais.
Colegas de trabalho e chefes tóxicos podem tornar a convivência desgastante, causar conflitos e gerar sentimentos negativos, como de frustração e inferioridade.
Entretanto, existem profissões em que a suscetibilidade ao burnout é maior em decorrência das características do trabalho e não do comportamento dos profissionais.
É o caso de quem trabalha na área da educação, saúde, assistência social, direito, recursos humanos, segurança pública, jornalismo, entre outros.
Como prevenir o burnout?
Existem várias maneiras de prevenir o burnout! Para profissionais não sofrerem com os sintomas desagradáveis dessa condição de saúde, podem modificar a sua postura em relação ao trabalho e construir hábitos saudáveis.
É ideal compreender que a vida profissional é somente uma das áreas da vida, então não é ideal conceder uma atenção excessiva a ela e se esquecer das demais.
Isso é válido não apenas para a forma como você enxerga as suas responsabilidades profissionais, mas também para a sua relação com ambientes de trabalho opressivos.
Você pode estar tentando triunfar em uma empresa que não possui os mesmos objetivos que você ou não se preocupa em cuidar do bem-estar dos colaboradores, por exemplo.
Será que vale a pena continuar trabalhando em um lugar assim?
Veja baixo algumas maneiras de prevenir o burnout!
1. Reflexões
Encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional pode não ser fácil devido a quantidade de obrigações de ambos os lados. Mas, não é um feito impossível.
Profissionais precisam compreender que se um lado não está bem, o outro provavelmente também não está ou vai desandar em algum momento.
Será que você está se esquecendo da sua família, das amizades ou até de você mesmo por causa do trabalho?
De que adianta ter uma vida profissional de sucesso e não ter saúde para desfrutá-la?
As reflexões acerca da sua vida profissional são necessárias para ajudá-lo a identificar pontos problemáticos presentes nela.
Se você está sempre estressado por causa do trabalho pode analisar a qualidade da sua relação com as suas ambições profissionais, colegas e superiores, ambiente de trabalho, entre outros fatores relacionados à sua profissão, e tomar uma decisão de acordo com o estado do seu bem-estar emocional.
2. Atividade física e alimentação adequada
Para viver uma vida equilibrada em todas as esferas, é preciso priorizar a alimentação adequada e atividades físicas regulares.
Movimentar o corpo libera neurotransmissores benéficos para a nossa saúde mental e física, capazes de combater o temido hormônio do estresse, o cortisol.
Profissionais que se exercitam com regularidade possuem mais disposição e bom humor para enfrentar os desafios do cotidiano, além de conseguirem ter noites de sono de fato relaxantes.
Também combatem os sintomas da depressão, ansiedade e outras condições de saúde mental. Sendo assim, procure praticar exercícios físicos regularmente para aliviar o estresse.
3. Habilidade de resolver conflitos
Desenvolver a capacidade para resolver conflitos com outras pessoas é possível, até mesmo se você tiver medo deles.
Atritos podem acontecer em todos os meios sociais, não apenas no ambiente de trabalho.
A questão é que você não pode lidar com eles da mesma maneira que faria com seus familiares ou amigos, indivíduos com quem você já possui intimidade.
As relações profissionais possuem uma qualidade diferente e, por isso, requerem um tratamento distinto. Algumas pessoas têm mais dificuldade para enxergar isso.
Para desenvolver a sua habilidade de resolver conflitos, você pode modificar comportamentos que normalmente possui quando algum embate acontece.
É claro que essa mudança leva tempo para concretizar, então até lá você pode fazer testes.
Por exemplo, em vez de fechar a cara ou elevar o tom de voz com um colega, procure respirar profundamente e refletir sobre a situação antes de formar uma opinião sobre ela.
Dessa maneira, você conseguirá formular uma resposta precisa à situação.
Da mesma forma, evite fazer comentários sobre conflitos para não gerar fofoca no escritório.
Se tiver que resolver algo com outra pessoa, chame-a para conversar e busque desabafar com pessoas de confiança, como familiares e cônjuges.
4. Capacidade de organização
Saber organizar os seus afazeres diários para que todos sejam concluídos em tempo hábil é muito importante, além de reduzir a ansiedade.
Profissionais precisam possuir capacidade de organização pessoal para não se sobrecarregarem com as demandas do dia a dia.
Essa habilidade é especialmente necessária quando o ambiente de trabalho não é organizado.
A capacidade de organização pessoal também possui relação com os compromissos fora do trabalho.
Marcar uma consulta com o médico ou uma reunião em um dia confortável para você podem parecer situações simples, mas elas exigem que você consiga se organizar.
5. Técnicas de controle de estresse e ansiedade
Embora nós tenhamos a capacidade de prevenir situações que despertem tensão e emoções negativas, não podemos viver totalmente livre delas.
Você pode tentar se quiser, mas eventualmente encontrará imprevistos e situações desfavoráveis, os quais mexerão com o seu estado emocional e psicológico.
Aprender a gerenciar o estresse e a ansiedade traz mais leveza para a vida, além de reduzir a intensidade dos momentos de dificuldade.
Respiração profunda, visualização de situações positivas, meditação, ouvir áudios relaxantes, pensamento positivo e caminhada são algumas técnicas de controle emocional que podem ser praticadas com facilidade no dia a dia.
Se você acredita que precisa de ajuda para combater o estresse, também pode procurar um psicólogo!
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Autor: psicologa Adriana Rocco Deiques - CRP 07/08675Formação: A psicóloga Adriana Rocco possui pós-graduação em Psicologia Clínica, tratamento da dor e saúde coletiva, possuindo formação específica em Psicanálise.
magnifico!
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