Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Andreia Maia Vilela - Psicólogo CRP 08/32781

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, conhecido simplesmente como TDAH, é uma condição neuropsiquiátrica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, manifestando-se especialmente durante a infância, mas podendo perdurar até a vida adulta.
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, estima-se que os casos de TDAH variem entre 5% e 8% a nível mundial.
Caracterizado por sintomas como déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade, ele pode interferir diretamente na capacidade de concentração e no controle dos impulsos, impactando a vida escolar, profissional e social dos indivíduos.
Apesar de essa condição ter sido cada vez mais evidenciada, ainda são muitas as dúvidas da população sobre o que de fato é o TDAH, suas diferenças para o TDA e quais são os tratamentos mais indicados tanto para crianças quanto para adultos.
Pensando nisso, preparamos este post para esclarecer essas e outras questões. Continue a leitura para se inteirar sobre o assunto!
Quais são as causas do TDAH?
De modo geral, o TDAH possui causas genéticas, ambientais e biológicas.
Causas genéticas
De acordo com matéria do Ministério da Saúde, em torno de 30% das crianças diagnosticadas com o TDAH terão um ou ambos os pais com essa condição. Isso mostra que uma das causas desse transtorno é justamente a hereditariedade.
Causas biológicas
Algumas questões biológicas inerentes ao cérebro também podem causar o TDAH.
Prova disso é que alguns estudos perceberam que existem alterações na estrutura do cérebro nas pessoas portadoras do transtorno, como redução da espessura da massa cinzenta, região onde estão localizados os corpos celulares dos neurônios.
Causas ambientais
Aqui, são englobados diversos fatores externos que podem contribuir para o desenvolvimento do TDAH na criança, como:
- Baixo peso no nascimento;
- Exposição a chumbo, infecções e álcool durante a gravidez;
- Abuso infantil.
Quais os principais sintomas do TDAH?
Saber como identificar uma pessoa com TDAH é uma tarefa para profissionais especializados, como psiquiatras e neuropediatras. Isso porque, como vimos, existem 3 tipos de TDAH e, portanto, os sinais variam entre eles.
No entanto, podemos listar como principais sintomas de uma pessoa portadora dessa condição:
- Dificuldade em focar em assuntos específicos;
- Dificuldade para se organizar;
- Não consegue esperar a sua vez de falar e interrompe os outros;
- Se distrai facilmente com estímulos externos;
- Não consegue brincar de forma tranquila;
- Não consegue concluir as tarefas do dia a dia;
- Pode responder com agressividade às adversidades da vida;
- Dificuldade para ficar sentado na sala de aula e em outros lugares;
- Não costuma escutar quando alguém se dirige a ele;
- Costuma perder objetos com facilidade;
- Mexe as mãos e os pés com frequência.
Quais são os tipos de TDAH?
O TDAH pode se manifestar de diferentes formas, de acordo com os sintomas predominantes, sendo dividido em três tipos principais:
- TDAH desatento: Pessoas com esse tipo de transtorno apresentam dificuldades em manter a atenção, são facilmente distraídas, têm problemas de organização e frequentemente esquecem tarefas ou detalhes importantes.
- TDAH hiperativo-impulsivo: Esse tipo de TDAH é caracterizado por inquietação, agitação constante e dificuldade em controlar impulsos. Nele, a pessoa não consegue ficar parada, interrompe os outros com frequência e age de forma impulsiva.
- TDAH combinado: É o tipo que envolve uma combinação dos sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Pessoas com esse tipo têm dificuldade tanto em focar quanto em controlar seus comportamentos agitados e impulsivos.
Qual a diferença entre TDAH e TDA?
Apesar de ambos serem condições neurobiológicas e possuírem características similares, existe um ponto específico que os diferencia: é que, no TDA (Transtorno do Déficit de Atenção) não existe o sintoma da hiperatividade.
Ou seja, o TDA se caracteriza exclusivamente pela desatenção e por outras questões relacionadas à memória e desorganização.
Resumindo, enquanto o TDAH inclui sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, o TDA se caracteriza pela desatenção, sem os comportamentos agitados e impulsivos.
Mas para saber se você ou uma criança possui o TDA ou TDAH, é preciso passar por uma avaliação multidisciplinar. Afinal, somente profissionais capacitados podem fazer essa distinção e o diagnóstico correto.
Como é feito o diagnóstico do TDAH?
Talvez você esteja se perguntando: como saber se tenho TDAH, não é mesmo? Afinal, muitas pessoas têm dúvidas sobre como é feito o diagnóstico de TDAH, sendo que algumas acreditam que existe algum teste que pode ser aplicado no processo.
Mas a verdade é que o TDAH diagnóstico é puramente clínico. Para isso, o profissional da saúde realiza algumas entrevistas tanto com o paciente quanto com os seus familiares para chegar a uma conclusão sobre a condição.
Diagnóstico em crianças com TDAH
O diagnóstico do TDAH infantil é feito a partir dos relatos dos pais e dos educadores, bem como da percepção do especialista sobre o comportamento da criança.
Geralmente, os sinais de TDAH começam a aparecer nos indivíduos a partir dos 3 anos. Logo, o recomendado é que o diagnóstico do transtorno aconteça entre 4 e 6 anos, isto é, em crianças em idade pré-escolar.
Essa é uma forma de preservá-las, trazer qualidade de vida e evitar que elas sejam rotuladas erroneamente como crianças rebeldes, preguiçosas ou tímidas.
De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, é necessário seguir alguns critérios durante o diagnóstico, como:
- Persistência dos sintomas por, no mínimo, 6 meses;
- Os sinais devem ter surgido antes de a criança completar 12 anos de idade;
- Os sintomas devem estar presentes em mais de um local, como na escola e em casa;
- Comparação com o comportamento de outras crianças da mesma idade.
Além disso, o diagnóstico é feito por exclusão. Ou seja, o profissional da saúde deve descartar outras condições mentais antes de afirmar se tratar do TDAH.
Diagnóstico em adultos
Diagnosticar TDAH tardio é um dos grandes entraves. Isso porque é comum que outros sintomas que não são do transtorno se sobreponham na vida do adulto com o passar do tempo, como ansiedade e depressão, por exemplo.
Além disso, durante a consulta com o especialista, o adulto acaba levando apenas as suas queixas emocionais, o que mascara o transtorno. Por isso, saber como diagnosticar o TDAH em adulto não é uma tarefa tão simples.
No entanto, vale dizer que, assim como no caso das crianças, o diagnóstico será clínico, ou seja, a partir dos pontos que o adulto levar para o profissional da saúde durante a consulta, como dificuldades para se concentrar nas tarefas domésticas e no trabalho.
Avaliação médica: Qual profissional faz diagnóstico de TDAH?
Os únicos profissionais que podem realizar o diagnóstico de TDAH e indicar os tratamentos mais adequados são o neuropediatra, neurologista ou psiquiatra.
Assim, nessa avaliação médica, o especialista levará em consideração diversos fatores, como os riscos aos quais o indivíduo foi exposto durante a gravidez (ingestão de substâncias pela mãe, infecções sofridas por ela, etc).
Além disso, o médico avaliará se há um histórico familiar de TDAH.
Avaliação do desenvolvimento
Essa é uma avaliação que demandará a ajuda da família e dos educadores, caso a criança já esteja frequentando a escola.
Aqui, o médico vai apurar o início e a evolução dos sintomas e analisará os marcos de desenvolvimento da criança, se esses estão em conformidade com o que é esperado para a sua idade.
Avaliação educacional
Nessa terceira e última avaliação, é documentada a forma como os sintomas do TDAH podem interferir no desempenho educacional da criança. Portanto, aqui há novamente o auxílio dos profissionais da educação.
Quais são os tratamentos para TDAH?
Depois de devidamente realizado o diagnóstico, o tratamento para o TDAH poderá envolver diferentes abordagens, que serão adaptadas às necessidades individuais de cada paciente.
No TDAH, o tratamento geralmente é multidisciplinar, sendo que as opções mais comuns incluem acompanhamento psicológico, prescrição de medicamentos e mudanças de hábitos.
Acompanhamento psicológico
O acompanhamento psicológico ajuda o paciente a desenvolver mecanismos para lidar com a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade, auxiliando em melhorias na organização, gerenciamento de tempo e controle emocional.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes no tratamento do TDAH. Ela também pode atuar na redução do estresse e da ansiedade, comuns em pessoas com tal condição.
Prescrição de medicamentos
O uso de medicamentos também é recomendado com frequência para o controle dos sintomas do TDAH. Os medicamentos da classe dos estimulantes são os mais prescritos, pois aumentam a atividade cerebral em áreas relacionadas à atenção e controle de impulsos.
Desta forma, pode-se diminuir a hiperatividade e a impulsividade, melhorando a concentração e o aprendizado.
Vale dizer que a prescrição deve sempre ser feita por um médico psiquiátrico, que avaliará a necessidade e a dosagem adequada.
Mudança de hábitos
Adotar hábitos saudáveis pode complementar o tratamento do TDAH, trazendo benefícios para o controle dos sintomas. Alimentação equilibrada, qualidade do sono e técnicas de relaxamento contribuem para o bem-estar de quem convive com essa condição.
Ademais, práticas como manter uma rotina estruturada, organizar o ambiente de trabalho e estudo, além de realizar atividades físicas regulares, são fundamentais para melhorar a atenção e reduzir a impulsividade.
O que pode acontecer se o TDAH não for tratado?
O tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade pode envolver o acompanhamento psicológico, o uso de medicamentos e a mudança de hábitos.
Apesar de simples, essas medidas são capazes de trazer qualidade de vida para a criança e o adulto que sofre com o transtorno.
Por outro lado, isto é, caso o TDAH não seja tratado, ele pode comprometer o desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional do indivíduo, levar à baixo autoestima, prejudicar os vínculos familiares e de amizade e, ainda, levar a alguns comportamentos de risco, como o uso de álcool e drogas.
Portanto, assim como qualquer outro transtorno, o TDAH também deve ser encarado e tratado com a devida seriedade.
Psicólogos para TDA e TDAH
Conheça os psicólogos que atendem casos de TDA e TDAH no formato de terapia online por videochamanda:
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Thiago Galdino
Consultas presenciais
Consultas por vídeoO psicólogo Thiago Galdino é graduado pela Associação Catarinense de Ensino (A.C.E), possui especialização em Saúde Mental e Coletiva pela Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC -Barbacena), é especialista em Transtorno do espectro autista (TEA), com a abordagem Son Rise-Nível 1.
Valor R$ 200
próximo horário:
07/fev. às 14:00hs -
Isis Pacheco
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Isis Pacheco tem especialização em Gestalt Terapia e formação em atendimentos voltados a crianças e adolescentes, pelo Instituto de Gestalt de São Paulo.
Valor R$ 260
próximo horário:
11/fev. às 16:00hs
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Autor: psicologa Andreia Maia Vilela - CRP 08/32781Formação: A Psicóloga Andréia é formada pela Universidade Tuiuti do Paraná. Possui Pós Graduação em Terapia Cognitivo Comportamental e Pós Graduação em Psicologia Sexual.