Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Vania Maria Moura De Santa Inez - Psicólogo CRP 06/46325
Alguma vez você já esteve em contato com uma pessoa que mantém coleções gigantes de objetos provavelmente sem valor, sem conexão entre eles, e que, muitas vezes são itens considerados lixo?
Provavelmente, essa pessoa sofre do chamado transtorno de acumulação.
Essa condição mental, também conhecida como colecionismo patológico, pode agravar outros distúrbios psicológicos, como é o caso da ansiedade.
Além disso, pode ser altamente prejudicial para a saúde do indivíduo e dos demais que convivem no mesmo ambiente.
Continue lendo para descobrir mais sobre essa patalogia.
O que é Transtorno de Acumulação
O transtorno de acumulação é um transtorno mental caracterizado pelo acúmulo excessivo e persistente de objetos, mesmo que sejam inúteis, sem valor ou até mesmo lixo.
Pessoas com esse distúrbio costumam ter dificuldade em se desfazer de itens e experimentam uma necessidade irresistível de guardar e acumular coisas, ainda que isso resulte em desordem e falta de espaço habitacional.
Geralmente, isso também está associado à compulsão por compras, ou busca em lixos e objetos descartados o que poderia ser “reaproveitado” para compor sua própria coleção.
O colecionismo patológico é algo que vai além do simples ato de guardar ou acumular objetos por hobby, uma vez que ele envolve a incapacidade de descartar ou se separar de itens, independentemente de sua utilidade.
Então, esses objetos acumulados geralmente ocupam grandes áreas da casa, como quartos, corredores e até mesmo áreas externas.
Inclusive, as pessoas com transtorno de acumulação frequentemente apresentam dificuldade em organizar seus pertences e têm um senso distorcido de valor e importância atribuído aos objetos acumulados.
Elas podem sentir uma forte conexão emocional com seus pertences, associando-os a memórias, sentimentos de segurança ou preocupações excessivas com o desperdício ou a perda.
Principais sintomas do transtorno de acumulação
É importante destacar que o transtorno de acumulação é uma condição de saúde mental que requer intervenção profissional.
Assim, é essencial aprender a identificar os sintomas do distúrbio para saber se é necessário entrar em contato com um especialista — levando sempre em conta que eles variam em gravidade e impacto na vida da pessoa.
Veja os sinais mais comuns relacionados ao colecionismo patológico:
Dificuldade em descartar objetos
As pessoas com transtorno de acumulação têm uma grande dificuldade em se desfazer de objetos, ainda que sejam considerados inúteis, quebrados ou sem valor.
Os itens acumulados podem incluir jornais, revistas, roupas, utensílios domésticos, embalagens vazias, pacotes, entre outros.
Assim, elas sentem uma forte ligação emocional com seus pertences e experimentam uma angústia intensa ao pensar em se separar deles, inclusive em casos em que não existe espaço adequado para armazená-los.
Em alguns casos, podem apresentar agressividade caso haja a tentativa de jogá-los fora, doá-los ou mesmo colocá-los em outro lugar.
Desorganização em excesso
O acúmulo de objetos leva a desordem e falta de organização nos espaços habitacionais.
As áreas da casa ficam preenchidas com objetos acumulados, tornando-se difíceis de navegar e utilizar conforme sua finalidade.
Em locais grandes, é comum encontrar “quartinhos da bagunça”, que são destinados para alimentar o hábito de colecionar itens.
Porém, a situação se torna complicada em residências pequenas e compartilhadas com outros membros da família, pois isso não impede o indivíduo de continuar guardando.
Ansiedade
Tentativas de descartar objetos podem desencadear ansiedade intensa, angústia e sentimentos de desconforto.
A ideia de se livrar de algo pode causar uma sensação de perda e preocupação excessiva com o desperdício.
Isso torna o ambiente um lugar muito tóxico, não apenas pela dificuldade física de viver perto de lixo acumulado, mas também pela instabilidade emocional.
Isolamento social e dificuldades interpessoais
A desordem resultante do acúmulo de objetos pode levar ao isolamento social, pois a pessoa evita receber visitas em casa ou tem vergonha de permitir que outras pessoas vejam suas coleções.
Isso pode afetar os relacionamentos pessoais e causar dificuldades na vida social.
O mesmo ocorre com pessoas que vivem na mesma residência, que se sentem mal em convidar amigos e outros familiares por não se sentirem confortáveis com a situação.
Impacto na funcionalidade diária
O transtorno de acumulação pode interferir significativamente nas atividades diárias, como trabalho, estudo, cuidados pessoais e saúde.
A desorganização e a falta de espaço habitacional funcional podem dificultar o desempenho dessas atividades básicas, como trabalhar, cuidar de casa, entre outros pontos.
O que causa o transtorno de acumulação?
A causa exata do transtorno de acumulação ainda não é totalmente compreendida. No entanto, acredita-se que múltiplos fatores possam contribuir para o seu desenvolvimento. Dentre eles:
Fatores ambientais
Experiências vividas no ambiente em que a pessoa cresce e se desenvolve podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento do transtorno de acumulação.
Assim, traumas, perdas significativas, negligência, abuso ou eventos estressantes podem influenciar o comportamento de acumulação.
Dificuldades emocionais
O transtorno de acumulação pode estar associado a dificuldades emocionais subjacentes, como ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou transtornos de ansiedade.
Então, a acumulação excessiva pode ser uma forma de lidar com essas emoções ou criar uma sensação de segurança.
Crenças e pensamentos distorcidos
Pessoas com transtorno de acumulação muitas vezes têm crenças e pensamentos distorcidos em relação aos objetos e ao descarte.
Elas podem, por exemplo, atribuir um valor excessivo aos itens, temer desperdício, ter dificuldade em tomar decisões ou experimentar uma sensação de responsabilidade desmedida por cada objeto.
Como é feito o diagnóstico do transtorno de acumulação compulsiva?
O diagnóstico feito por um profissional da psicologia pode abranger diferentes tipos de métodos. Em geral, os mais comuns utilizados são:
Colaboração com familiares ou observadores próximos
Em alguns casos, o profissional pode buscar informações adicionais de familiares, parceiros ou observadores próximos para obter uma compreensão mais completa do comportamento de acumulação.
Critérios diagnósticos
O profissional avaliará se os sintomas da pessoa atendem aos critérios diagnósticos para o transtorno de acumulação, conforme descrito no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou em outras referências diagnósticas relevantes.
Exclusão de outras condições
É importante descartar outras condições de saúde mental que possam estar contribuindo para os sintomas de acumulação.
Assim, o profissional irá considerar se os sintomas podem ser explicados por transtornos como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtornos de ansiedade, depressão ou outros transtornos relacionados.
Como tratar o transtorno de acumulação?
Após realizado o diagnóstico, é essencial seguir para um tratamento que possa ajudar o indivíduo a superar esse distúrbio.
Psicoterapia
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizada no tratamento do transtorno de acumulação.
A TCC ajuda a pessoa a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais em relação aos objetos e ao acúmulo.
Assim, também ajuda a desenvolver habilidades para tomada de decisão, organização e enfrentamento de ansiedade.
Apoio familiar e de amigos
Além do acompanhamento clínico, é essencial demonstrar empatia, oferecendo assistência e palavras de conforto.
Mostre compreensão em relação às dificuldades que a pessoa enfrenta com a acumulação.
Evite fazer julgamentos e crie um ambiente seguro para que ela compartilhe seus sentimentos.
Caso a pessoa ainda não tenha iniciado a psicoterapia, lembre-se de incentivar a pessoa a buscar ajuda profissional.
Além disso, ajude a pessoa na organização e limpeza de espaços, sempre respeitando seus limites e tomando decisões em conjunto.
Incentive, por exemplo, a criação de sistemas de organização e ofereça suporte para manter essas práticas ao longo do tempo.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando o transtorno de acumulação, é importante buscar apoio e tratamento adequados para lidar com essa condição.
Assim, com o suporte adequado, é possível fazer mudanças positivas e melhorar a qualidade de vida.
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Autor: psicologa Vania Maria Moura De Santa Inez - CRP 06/46325Formação: Vânia é psicóloga clínica de orientação junguiana. Graduada pela Universidade São Marcos em 1981. Especialista no atendimento de adolescentes, adultos e idosos, bem como nos problemas de relacionamento entre pais e filhos.