Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Elaine Batista da Silva Garbin - Psicólogo CRP 06/75579
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição psicológica que leva a pensamentos intrusivos e a comportamentos repetitivos.
Esses impulsos, que surgem de forma involuntária, podem afetar a rotina e o bem-estar, levando a pessoa a executar rituais ou hábitos mesmo sem desejo real de realizá-los.
Além disso, o TOC pode se manifestar de diferentes formas e intensidades, e entender suas características é essencial para lidar com ele.
Por isso, continue lendo este artigo para entender melhor o que é o TOC, suas causas e possibilidades de tratamento. Boa leitura!
ÍNDICE
- O que é Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- Sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- O que leva uma pessoa a ter TOC?
- Quando o TOC é considerado grave?
- Desconhecimento e estigmas
- Como diagnosticar o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- Tratamentos para o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- Como conviver com o TOC
- Conclusão
O que é Transtorno Obsessivo-Compulsivo?
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição de saúde mental caracterizada pela presença de pensamentos intrusivos, indesejados e repetitivos – conhecidos como obsessões, que geram uma necessidade urgente de realizar ações específicas para aliviar a ansiedade – as chamadas compulsões.
Assim, quem sofre de TOC costuma sentir-se pressionado a adotar comportamentos como lavar as mãos repetidamente ou checar e reverter ações, como acender e apagar as luzes várias vezes.
Vale ressaltar que essas compulsões ocorrem de forma incontrolável e trazem um alívio temporário, ainda que a pessoa tenha consciência de que esses atos são irracionais.
No TOC, o ciclo entre obsessão e compulsão se estabelece para reduzir o desconforto emocional, mas pode afetar seriamente a rotina e o bem-estar.
Quais são os três tipos de TOC?
Existem diversos tipos de TOC, que se manifestam de diferentes formas, como o TOC de contaminação, de verificação exagerada ou de simetria e organização.
No entanto, de modo geral, o TOC é dividido em três categorias principais:
- TOC com predomínio de ideias obsessivas: Nesse tipo, o principal sintoma são pensamentos intrusivos e persistentes, geralmente negativos ou indesejáveis. A pessoa é dominada por essas ideias obsessivas, mas não sente a necessidade de realizar comportamentos compulsivos em resposta.
- TOC com predomínio de comportamentos compulsivos: Aqui, o foco está nos rituais e ações compulsivas, que são realizadas repetidamente para aliviar a ansiedade. Embora existam pensamentos obsessivos, eles são menos intensos, e o impulso de realizar a ação compulsiva é dominante.
- Tipo misto: Este tipo combina tanto obsessões quanto compulsões. A pessoa lida com pensamentos intrusivos frequentes e se sente compelida a realizar comportamentos específicos para reduzir a ansiedade provocada por esses pensamentos.
Portanto, esses três tipos de TOC englobam as manifestações principais do transtorno, cada um com desafios únicos que afetam o bem-estar e a rotina do indivíduo.
Como é uma pessoa com transtorno obsessivo-compulsivo?
Uma pessoa com TOC lida constantemente com pensamentos repetitivos e angustiantes, que a levam a realizar ações ou rituais de forma compulsiva.
Esses comportamentos são uma tentativa de aliviar a ansiedade gerada pelas obsessões. Assim, embora o indivíduo reconheça que esses atos são excessivos, ele sente uma necessidade irresistível de executá-los.
Dessa forma, cria-se um ciclo constante de pensamento e ação, que interfere no cotidiano, tornando simples tarefas diárias em desafios. Além disso, esse padrão pode gerar bastante sofrimento e afetar a qualidade de vida da pessoa.
Sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo
O espectro desta condição é amplo e inclui diversos graus de severidade. Alguns pacientes podem experimentar sintomas mais leves enquanto outros podem ter suas vidas tomadas pelas necessidades obsessivas.
Não é recomendado ignorá-las ou tentar resisti-las, pois essa postura pode resultar em altos níveis de ansiedade e estresse.
Assim, o controle dos sintomas deve ser feito durante o acompanhamento psicológico para evitar mais danos ao emocional da pessoa com TOC, principalmente se a condição for debilitante.
Alguns exemplos de sintomas obsessivos são:
- Dúvida excessiva;
- Medo em excesso de contaminação por germes;
- Pensamentos supersticiosos;
- Crença que pode machucar as pessoas se não fizer a ação;
- Medo de falhar em combater o perigo ou ameaça à vida dos entes queridos;
- Imaginar algo ruim acontecendo aos outros; e
- Pensamentos ‘proibidos’ (variam de acordo com as crenças pessoais do que é considerado proibido).
Alguns exemplos de compulsões são:
- Tocar em objetos;
- Lavar objetos ou as mãos;
- Verificar se fechou janelas, se o forno está desligado, se as portas da casa estão trancadas, entre outros;
- Ordenar objetos ou alimentos;
- Organização compulsiva;
- Repetir ações;
- Contar números ou objetos;
- Focar no número de repetições ao tomar determinadas atitudes;
- Rezar compulsivamente; e
- Jogar objetos fora sem motivo.
Os sintomas de obsessão e compulsão podem começar como ‘tiques’ ou manias ocasionais, os quais não despertam a preocupação do indivíduo. Com o tempo, podem obter um grau de severidade maior e comandar as ações e pensamentos da pessoa.
Portanto, se você notar a repetição de pensamentos e comportamentos semelhantes aos mencionados acima, vale a pena contatar um psicólogo para obter um diagnóstico.
Dessa forma, o transtorno é tratado com antecedência e a possibilidade de evoluir para uma condição grave é menor.
O que leva uma pessoa a ter TOC?
Embora as causas do TOC não sejam totalmente compreendidas, existem muitos fatores que contribuem para o seu aparecimento. Entre eles estão:
- Alterações químicas naturais do organismo ou funções cerebrais;
- Casos da condição na família ou casos de outras patologias;
- Fatores ambientais (estresse, ambiente familiar ruim, modo de vida nocivo à saúde);
- Existência de outros distúrbios mentais não diagnosticados;
- Experiências de vida.
Vale dizer que as experiências de vida que podem contribuir para o desenvolvimento do TOC são múltiplas, como doenças físicas, perda de um ente querido, vivência em conflitos armados ou violentos, criação superprotetora, abuso ou negligência na infância e traumas.
Os pais também podem transferir os seus medos para os filhos que, sendo pequenos e incapazes de interpretar emoções em sua totalidade, desejam modificar a situação a todo custo. Assim, desenvolvem comportamentos obsessivos como forma de tentar melhorar a situação do lar. Essa transferência é feita inconscientemente.
Quando o TOC é considerado grave?
O TOC é considerado grave quando os pensamentos obsessivos e os comportamentos compulsivos se tornam excessivamente frequentes e intensos, a ponto de interferir de maneira significativa na rotina e no bem-estar do indivíduo.
Assim, nessa fase, os rituais compulsivos podem consumir muito tempo, o que compromete atividades diárias, como o trabalho, os estudos e a interação social.
Além disso, a pessoa com TOC grave pode sentir-se incapaz de controlar seus impulsos, o que pode gerar um sofrimento emocional profundo e prejudicar a qualidade de vida.
Desconhecimento e estigmas sobre o TOC
A maioria de nós já experimentou variações de sintomas de TOC, como pensamentos indesejados ou necessidade de organizar e ordenar objetos ou cômodos da casa. Porém, eles não se tornam obsessivos para muitos.
Ainda existe muita desinformação sobre o Transtorno Obsessivo-Compulsivo entre as pessoas. O imaginário popular classificou o TOC como uma mania ou um traço da personalidade de pessoas ordeiras, diminuindo a sua severidade. É comum ouvirmos falas como ‘a desorganização me dá TOC’ ou ‘o desalinhamento dessa arquitetura afeta o meu TOC’. Às vezes, são ditas em tom de brincadeira.
Enquanto esse comportamento encontra risadas e comentários parceiros, pessoas que realmente experimentam sintomas do transtorno não costumam receber o mesmo tratamento. Impaciência, críticas e comentários negativos são destinados a elas por apresentarem condutas consideradas estranhas ou desnecessárias.
Porém, é preciso compreender que se a pessoa sentir necessidade de checar se a porta da frente da casa está trancada oito vezes seguidas ela deve fazê-lo para controlar a ansiedade. Reagir com comentários negativos não vai ajudá-la tampouco impedi-la de prosseguir com esse ritual.
Ninguém escolhe desenvolver TOC, portanto, quem possui o transtorno deve ser tratado com paciência e compreensão. Todavia, não é aconselhado encorajar tais comportamentos nem normalizá-los. Amigos e familiares devem encorajar a pessoa a buscar ajuda profissional, reassegurando-as que é possível viver uma vida livre de obsessões e compulsões.
Outro ponto que deve ser destacado é a vergonha que as pessoas com TOC sentem devido aos seus comportamentos. Elas normalmente evitam falar sobre o assunto para não causar mais embaraço a si mesmas ou aos outros.
Sentir vergonha é uma reação comum, mas não pode interferir na busca por terapia. O transtorno obsessivo-compulsivo é uma patologia passível de tratamento, assim como todas as outras. Ou seja, não há nada de vergonhoso nela.
Como diagnosticar o Transtorno Obsessivo-Compulsivo?
O diagnóstico do Transtorno Obsessivo-Compulsivo é realizado por um profissional de saúde mental, geralmente um psicólogo ou psiquiatra, que segue critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).
O especialista avaliará o histórico clínico do paciente, seus sintomas e a intensidade do impacto que o transtorno tem em sua vida diária.
Assim, para que o diagnóstico de TOC seja confirmado, os seguintes critérios devem ser atendidos:
- Os sintomas devem ser reconhecidos como os desejos e pensamentos do indivíduo;
- Deve haver pelo menos um pensamento ou obsessão que é resistida com insucesso, mesmo que outras estejam presentes e o indivíduo não consiga mais resisti-las;
- O pensamento de consolidar a ação através de compulsões não é agradável, apesar de resultar em um alívio breve de tensão;
- A ansiedade deve ser um componente marcante e quase insuportável caso o indivíduo resista à necessidade de fazer a ação;
- As imagens trágicas, os pensamentos e os impulsos para concluir os rituais devem se repetir com frequência.
Esse processo diagnóstico é fundamental para definir o melhor tratamento, que pode incluir terapia cognitivo-comportamental, medicamentos ou uma combinação de ambos.
Tratamentos para o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
O melhor tratamento para esta condição é, sem dúvidas, a terapia. Alguns medicamentos podem ajudar a controlar os sintomas em alguns casos, mas eles não trabalham diretamente com a(s) causa(s).
Por impactar também a vida de familiares ou pessoas que convivem com o indivíduo com TOC, a terapia em grupo ou familiar pode ser um tratamento mais eficiente.
Assim, as formas de tratamento psicoterapêutico incluem:
- Terapia Cognitivo-Comportamental: por explorar os pensamentos, emoções e sentimentos acerca das obsessões e compulsões possui grandes probabilidades de sucesso. O paciente aprende a incorporar soluções práticas para lidar com o transtorno;
- Terapia de Exposição: usada na terapia comportamental, envolve expor o indivíduo a suas obsessões e pedir para gradualmente resistir à necessidade de satisfazê-las. É uma forma de ensinar o paciente que ele tem controle sobre a sua ansiedade; e
Terapia Familiar: os demais membros da família podem ser afetados pela convivência com o indivíduo com TOC, modificando a dinâmica familiar. Se os familiares compreenderem a profundidade da ansiedade com a qual o paciente sofre, essa modalidade psicoterapêutica pode ser melhor.
Como conviver com o TOC?
Para quebrar a necessidade de agir conforme um pensamento obsessivo, a pessoa com TOC pode usar alguns métodos simples. É preciso praticá-los quando a necessidade surgir para que a compulsão seja adiada, mas não totalmente ignorada.
Assim, com a prática recorrente, eles se tornam ainda mais eficientes em controlar o comportamento obsessivo-compulsivo.
Algumas dicas são:
- Ler;
- Praticar exercícios físicos;
- Cozinhar;
- Jogar um jogo;
- Pintar;
- Tocar um instrumento;
- Conversar sobre um interesse ou hobby;
- Ligar para uma pessoa querida.
Ressalta-se que, se o paciente já estiver em tratamento, é provável que demore algumas semanas ou meses para que veja a efetividade do mesmo. Logo, precisará conviver com esta condição em seu estado natural, especialmente nas primeiras semanas.
Conclusão
Em resumo, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo é uma condição desafiadora que pode impactar significativamente a vida de quem a enfrenta. Mas, com o diagnóstico adequado e o tratamento especializado, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Se você ou alguém próximo sofre com TOC, é importante buscar apoio de profissionais de saúde mental que possam oferecer o suporte necessário para lidar com essa condição.
Saiba que o entendimento sobre o transtorno e suas diversas formas é o primeiro passo para a busca por tratamento e o manejo efetivo dos sintomas!
Psicólogos para TOC - Transtorno Obsessivo
Conheça os psicólogos que atendem casos de TOC - Transtorno Obsessivo no formato de terapia online por videochamanda:
-
Ana Almeida
Consultas presenciais
Consultas por vídeoAna Almeida, psicóloga graduada há 15 anos pela Universidade Paulista com abordagem em Gestalt-terapia (Cognitiva e Comportamental) baseado na compreensão da totalidade do indivíduo em seu momento presente, aqui e agora, consciência e responsabilidade.
Valor R$ 120
próximo horário:
15/jan. às 16:00hs -
Marcela Lima
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Marcela V. F. N. Lima é graduada na UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - campus do Pantanal). Atualmente cursa o aperfeiçoamento em terapia e conselhamento para pais, tutores e professores em Applied Behavior Analysis - ABA (Análise do Comportamento Aplicada).
Valor R$ 140
próximo horário:
16/jan. às 16:00hs
Quem leu esse artigo também se interessou por:
- Transtornos de personalidadeO Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição psicológica que leva a pensamentos intrusivos e a comportamentos repetitivos. Esses impulsos, que surgem de forma involuntária, podem afetar a rotina e o [...]
- Transtornos de humorO Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição psicológica que leva a pensamentos intrusivos e a comportamentos repetitivos. Esses impulsos, que surgem de forma involuntária, podem afetar a rotina e o [...]
- Ansiedade: conheça os sintomas, causas e efeitos no corpoA ansiedade não traz apenas desconforto emocional. Ela também causa uma série de efeitos negativos no corpo, conforme detalha a psicóloga.
Autor: psicologa Elaine Batista da Silva Garbin - CRP 06/75579Formação: A Psicóloga Elaine Batista Garbin é graduada pela Universidade São Judas Tadeu. Está em andamento no curso de pós-graduação em Psicologia Clínica na abordagem de Terapia Cognitiva Comportamental. Possui vasta experiência em atendimentos a adolescentes, adultos e idosos.