Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Marcelo Pereira Blanco - Psicólogo CRP 06/163449
Você já teve a sensação de não se encaixar em algum lugar? Pessoas que constantemente passam por essa angústia podem estar sofrendo de síndrome do impostor.
Além de causar esse sentimento de inadequação, a síndrome do impostor leva as pessoas a acreditarem que não merecem estar onde estão — esse é um fenômeno psicológico que afeta os indivíduos em diversas esferas da vida, desde a carreira até as relações pessoais.
Ela se caracteriza por uma profunda sensação de dúvida em relação às próprias habilidades, competências e conquistas, apesar de evidências claras de sucesso e realização.
Ainda, essa síndrome é acompanhada por um medo persistente de ser exposto como uma fraude, apesar de todas as provas em contrário.
Logo, em vez de desfrutarem do sucesso decorrente de suas ações e ideias, elas são dominadas por dúvidas, insegurança e ansiedade.
A síndrome do impostor tem vários sintomas, por isso, ela se manifesta de maneiras diferentes e nem sempre as pessoas estão atentas para perceber isso.
Pensando em ajudar você a entender melhor como funciona essa síndrome, os especialistas da Psitto prepararam um conteúdo completo sobre o tema, e tira todas as suas dúvidas!
No post de hoje, abordaremos tudo sobre essa desagradável sensação e como tratá-la.
Acompanhe até o final e boa leitura!
O que é a Síndrome do Impostor?
A Síndrome do Impostor é um fenômeno crescente em nossa sociedade.
Ela é caracterizada pela sensação de não merecimento em alguma área da vida — a vida profissional, no entanto, costuma ser a principal fonte de ansiedade de quem acredita ser um impostor.
O indivíduo questiona as suas habilidades e competência, mesmo quando obtém reconhecimento por elas.
Ele costuma pensar “será que eu realmente mereço estar aqui?” ou “será que mereço tudo isso?”. A percepção dos outros acerca de quem ele é não influencia o seu conflito interno.
Sendo assim, ele se vê como um impostor, como se estivesse enganando a todos e recebendo reconhecimento indevido.
Embora não seja classificada como uma patologia, a síndrome de impostor possui sintomas semelhantes aos de outras condições de saúde mental, como a depressão e a ansiedade.
Ela tende a ser mais comum entre indivíduos que vivem sob constante pressão para entregar uma boa performance, como atletas, profissionais da saúde, empresários, artistas e profissionais em funções de muitas responsabilidades.
Pessoas reconhecidas por seus grandes feitos também podem se questionar se realmente fizeram algo tão grandioso assim.
Qual a origem da Síndrome do Impostor?
O termo ‘síndrome do impostor’ foi usado pela primeira vez em 1978 pelas psicólogas norte-americanas Pauline Clance e Suzanne Imes.
Em seu artigo publicado pela Universidade do Estado da Geórgia, elas identificaram que mulheres com alto desempenho profissional e acadêmico não se enxergavam como pessoas de sucesso, apesar de todas as suas conquistas.
Elas também analisaram os elementos comuns à época que contribuíam para isso e os quais ainda estão presentes em nossa sociedade em diferentes graus, como altas expectativas, pressão profissional e machismo.
Desde então, essa sensação tem sido amplamente estudada e debatida entre profissionais da saúde e indivíduos que acreditam ser impostores.
Ela passou a ser reconhecida como um sentimento universal. Todas as pessoas estão suscetíveis a ter sintomas da síndrome do impostor, independentemente do seu histórico profissional ou acadêmico, status social, especialização ou habilidades.
Quais são os sintomas da síndrome do impostor?
Quando a sensação de estar enganando os outros se instala, as pessoas começam a apresentar certos comportamentos que comprometem o seu desempenho na área em que consideram ser impostoras. Separamos alguns deles abaixo. Se você se identificar com mais de um deles, pode ser que esteja sofrendo com a síndrome do impostor e os seus sintomas.
Medo de exposição
O medo de exposição é um dos pontos centrais da síndrome e um dos sintomas mais intensos. A pessoa se agarra à crença de que será rejeitada ou recriminada quando os demais descobrirem que é, na verdade, uma impostora. Ela vive sobre constante tensão, especialmente quando precisa executar um projeto importante, pois teme ser a oportunidade perfeita para os outros perceberem que é uma farsa.
Procrastinação
O medo de ser desmascarado pode levar ao adiamento de tarefas e compromissos profissionais. A procrastinação é uma maneira de fugir do desconforto emocional causado pelo conflito interno e do momento de receber feedbackpelo desempenho.
Leia também: O que é Procrastinação: exemplos, causas e como combater
Autossabotagem
Outro sintoma provocado pelo medo de ser descoberto como impostor é a autossabotagem. O indivíduo começa a sabotar o próprio trabalho para não correr o risco de chamar a atenção de ninguém. Do mesmo modo, ele se sente satisfeito quando alguém faz uma crítica negativa, interpretando-a como uma confirmação de que não é, de fato, tão competente quanto pensava ser.
Autodepreciação
As dúvidas constantes levam a pessoa com síndrome de imposto a se ver como inferior, ainda que obtenha reconhecimento e sucesso por suas habilidades. Ela não acredita ser tão capaz quanto as pessoas pensam, optando por alimentar pensamentos autodepreciativos e rejeitar elogios.
Autocrítica
A autocrítica é outro sintoma predominante na maioria das pessoas. Ela aparece, sobretudo, quando erros são cometidos. Em vez de ter compaixão consigo mesmo, o indivíduo se critica impiedosamente, exaltando os seus defeitos e até decisões equivocadas tomadas em experiências passadas. Assim, ele não se permite desfrutar de suas vitórias, somente se repreender por suas derrotas.
Comparação
O indivíduo compara as suas habilidades e conquistas com as dos outros o tempo todo, sempre encontrando alguma característica que precisa ser modificada em si mesmo. Ele pode até se convencer de que o outro merece mais do que ele por identificar mais qualidades nele do que em si mesmo.
Abandono de tarefa
O medo, estresse e ansiedade comumente resultam em desistência. O indivíduo pode abandonar as suas tarefas tanto antes mesmo de começá-las quanto durante o seu desenvolvimento. Por não acreditar ser bom o suficiente, ele anula as suas vontades de dar vida aos seus projetos pessoais ou profissionais. Deste modo, o sentimento de insatisfação cresce e pode se tornar insuportável com o passar dos anos.
Como lidar com a síndrome do impostor?
Como se livrar da síndrome do impostor e passar a reconhecer o seu próprio valor? Primeiramente, é preciso identificar os motivos pelos quais você sente que não merece o sucesso que tem.
É muito comum que as pessoas que se veem como impostoras reconheçam o valor do outro e fiquem felizes por suas conquistas, mas não possuam o mesmo apreço por si mesmas. Se você é assim, comece a refletir o porquê disso. Talvez experiências negativas tenham levado você a desenvolver essa crença ou o problema é a autoestima baixa.
É importante fazer essa reflexão para identificar a causa da síndrome de impostor e os seus sintomas. Dessa forma, se torna mais fácil desenvolver estratégias para lidar com os comportamentos desencadeados por ela no dia a dia. Por exemplo, para gerenciar a sensação de ser um impostor, seja no ambiente de trabalho ou outros ambientes, você pode:
- Celebrar as suas conquistas: não escute a voz da dúvida. Celebre todas as suas conquistas, não importa o tamanho.
- Respeitar os limites: evite usar as suas limitações como arma para validar a sensação de ser um impostor. Respeite que você, assim como todo mundo, não é bom em tudo.
- Pense realisticamente: faça uma análise lógica de suas habilidades. Se elas pertencessem a outra pessoa, você continuaria pensando que elas não são grande coisa ou estaria as admirando?
Leia também: Como controlar o ciúme? Veja como lidar com sentimentos intensos
Como podemos ajudar quem tem síndrome do impostor?
Às vezes temos admiração por uma pessoa ou reconhecemos as suas qualidades, mas descobrimos que ela possui uma autoimagem negativa.
Essa realização pode vir como um choque para nós, afinal, como pode alguém tão capacitado se sentir dessa forma?
Se alguém próximo a você apresenta sintomas da síndrome do impostor, você pode oferecer a sua ajuda de algumas formas:
- converse: chame a pessoa para conversar sobre os seus sentimentos, evitando oferecer conselhos se eles não forem pedidos; às vezes somente ser um bom ouvinte é o suficiente para ajudar alguém a aliviar o que sente.
- recomende terapia: aconselhe a pessoa a procurar um psicólogo para ajudá-la a entender melhor os seus sentimentos e a como lidar com eles.
- mostre a ela o contrário: cite momentos em que ela usou as suas habilidades para solucionar problemas ou produzir resultados, mostrando o valor de cada uma.
- ofereça encorajamento: incentive a pessoa próxima a sair da zona de conforto e enfrentar seus desafios, ajudando com a definição de metas realistas;
- valide a pessoa e faça afirmações positivas: busque reforçar as conquistas e habilidades da pessoa afetada, sempre elogiando seus esforços e realizações, e destacando que o sucesso não é resultado de sorte ou acaso.
Reconheceu os sinais da síndrome do impostor em um amigo ou familiar? Incentivo-os a buscar ajuda.
Como tratar a síndrome do impostor?
Apesar de ser uma síndrome complexa e com muitos sinais que podem ser indícios até mesmo de outros distúrbios comportamentais, a síndrome do impostor é tratável, e conta com uma série de estratégias que ajudam os pacientes a superá-la devidamente.
Existem alguns passos que podem ser seguidos para que a pessoa que sofre com a síndrome comece a desenvolver uma autoestima considerada mais saudável; confira:
- reconhecimento e aceitação, compreendendo a síndrome e a abordando de frente;
- educação sobre a síndrome, aprendendo sobre seus sintomas e causas por meio de livros, artigos e demais materiais;
- terapia e aconselhamento, que é considerada a abordagem mais eficiente para o tratamento da síndrome do impostor;
- prática da autorreflexão, onde o paciente deve analisar suas realizações e desafios com objetividade, identificando seus progressos ao longo do tempo;
- compartilhamento de experiências, falando com seus amigos, familiares e pessoas consideradas de confiança;
- inspirar-se em outras pessoas que tenham superado o quadro psicológico e gerando estímulo para manter o tratamento;
- ser gentil consigo mesmo, cultivando a autocompaixão e aceitando que se está passando por um processo de aprendizado constante.
Como a terapia pode ajudar a lidar com a síndrome do impostor?
É importante buscar a psicoterapia após identificar a síndrome do impostor e como os sintomas o afetam. Com a orientação de um psicólogo, é possível encontrar a raiz do problema e tratá-la adequadamente.
Não raro a sensação de ser um impostor está relacionada a questões emocionais profundas, como autoestima baixa, traumas, crenças limitantes e insegurança.
A terapia se faz necessária para ajudar o paciente a superar problemas emocionais de modo saudável, sem correr o risco de agravá-los ou gerar mais crises e conflitos.
A mudança de mentalidade é um dos maiores desafios quando estamos trabalhando para superar uma dificuldade: trata-se da desconstrução de um conjunto de ideais, opiniões, valores e crenças alimentado por muitos anos.
Não é possível mudar de uma hora para a outra. A psicoterapia permite que pacientes passem por esse processo com apoio emocional.
Conclusão
A Síndrome do Impostor pode ser um desafio, mas não precisa ser um obstáculo intransponível: com paciência, esforço e apoio adequado, é possível superá-la e desenvolver uma autoimagem mais realista e confiante.
Ainda, ela é uma condição comum, e muitas pessoas podem enfrentá-la em algum momento de suas vidas.
O apoio e a compreensão de amigos, familiares e colegas podem desempenhar um papel fundamental na recuperação e no desenvolvimento de uma autoestima mais saudável.
Lembre-se de que o progresso pode ser gradual, mas cada passo na direção certa é uma vitória em si mesmo!
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Autor: psicologo Marcelo Pereira Blanco - CRP 06/163449Formação: O psicólogo Marcelo Blanco formou-se pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e cursa pós-graduação em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade na FMU - Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, além de cursos ligados a Avaliação Psicológica e Psicanálise.