Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online.
O ciúme excessivo é um veneno para os relacionamentos. Ele torna o convívio com o parceiro cansativo e favorece o término precoce da relação.
Ao contrário do que muitos acreditam, esse sentimento não é uma demonstração de cuidado e carinho, mas, sim, uma expressão da falta de confiança e baixa autoestima do cônjuge enciumado.
O ciúme é normal em um relacionamento?
Todo cônjuge fica aflito quando alguém parece estar interessado na pessoa amada. É normal sentir um pouco de ciúme. Na medida certa, esse sentimento pode ser bom. Ele pode fazer alguém perceber o quanto gosta do parceiro e passar a demonstrar afeição mais frequentemente.
O ciúme é uma reação quase instintiva a uma suposta ameaça ao relacionamento. “Quase instintiva” porque as pessoas não nascem ciumentas, mas esse sentimento se manifesta tão sem esforço que elas acreditam ter nascido assim.
Pessoas ciumentas aprendem esse comportamento ao longo da vida através de mensagens em mídias de entretenimento, de experiências com relações afetivas e da conduta da família. Indivíduos cujo um dos pais é ciumento, por exemplo, internalizam esse sentimento como um elemento intrínseco dos relacionamentos amorosos.
Além disso, o ciúme ainda é muito romantizado em nossa sociedade. Quem tem parceiros muito ciumentos acredita que as demonstrações de ciúme são, na verdade, demonstrações de amor. Significa que o cônjuge o ama e tem medo de perdê-lo.
Embora esses sentimentos possam fazer parte da motivação do parceiro, o ciúme é também uma manifestação da necessidade de controle. Um parceiro acredita que pode controlar o outro e, assim, diminuir as chances de ser abandonado por ele.
Por isso, quando o ciúme deixa de ser moderado, ele também deixa de ser saudável.
Quando o ciúme se torna doentio?
Quem teme que o parceiro se encante por outra pessoa pode recorrer a atitudes extremas para “convencê-lo” a permanecer na relação.
O objetivo da pessoa ciumenta ao extremo é controlar cada passo da vida do cônjuge para que ele não encontre oportunidades para traí-lo ou terminar o relacionamento.
Assim, ela começa a monitorar as suas redes sociais, ver as suas mensagens no celular, impedir que saia com os amigos, demandar atenção exclusiva e descobrir o máximo de informações possível sobre colegas de trabalho, familiares e amigos com quem ele divide o seu tempo.
Essas atitudes sufocam o parceiro uma vez que aumentam os conflitos no relacionamento e visam reduzir a sua liberdade de ir e vir. É comum que pessoas ciumentas levem a relação à exaustão, causando o seu término. Ou seja, elas mesmas criam caminhos para o seu pior medo.
Outros índicos que o ciúme se tornou doentio são:
- Buscar provas de infidelidade constantemente;
- Passar muito tempo pensando sobre possíveis cenários de traição;
- Acusar o parceiro de trair com base em provas infundadas;
- Exigir que o cônjuge pare de sair com amigos e familiares para dedicar-se exclusivamente ao relacionamento;
- Reagir com agressividade quando o parceiro “desobedece” as suas condições;
- Querer saber onde o outro está a todo instante do dia;
- Impor o sentimento de amor, como se o parceiro lhe devesse afeição;
- Ter episódios de descontrole emocional com frequência;
- “Ensinar” a pessoa quais comportamentos são inadequados por meio de beliscões, empurrões ou tapas;
- Interrogar o parceiro sempre que ele sair para tentar encontrar pistas de uma suposta traição; e
- Inspecionar repetidamente o comportamento do cônjuge.
O ciúme é um sinal de insegurança
O ciúme excessivo também nasce da insegurança.
O medo de perder o parceiro para alguém mais interessante ou atraente é uma constante na vida da pessoa ciumenta. No fundo, ela teme descobrir não ser alguém bom o bastante para estar em um relacionamento ou para aquele cônjuge em particular.
A falta de confiança em si mesmo se transforma em falta de confiança no parceiro ou nas pessoas ao seu redor, nutrindo a obsessão por encontrar pistas de infidelidade.
Ninguém gosta de ficar com um cônjuge extremamente inseguro. Relacionamentos devem ser construídos na base do amor e do companheirismo, não do controle. Além disso, se o parceiro não confia em você, qual é o sentido de permanecer na relação?
O amor floresce na liberdade.
Quando você concede liberdade para o seu parceiro ser quem ele é e sair com quem ele quiser, a confiança entre vocês aumenta. Se ele, de fato, o trair com outra pessoa, não significa que você deu liberdade demais, mas, sim, que a pessoa não está pronta para um compromisso sério.
A falta de confiança em si mesmo leva a pessoa ciumenta a acreditar que ela não saberá administrar essa situação. Como lidar com tamanho sofrimento? Não é mais prudente fazer de tudo para o parceiro não trair em vez de se sujeitar a possibilidade dessa dor?
Apesar da infidelidade ser um acontecimento muito desagradável, é possível superá-la com amor-próprio e fé que momentos melhores vão chegar.
Para quem tem baixa autoestima, esse pensamento pode parecer maluco. Todavia, trata-se de permitir que o tempo haja naturalmente para curar dores emocionais.
Como lidar com o ciúme excessivo na relação?
Para lidar com o ciúme excessivo em uma relação, é preciso encontrar um equilíbrio entre ter paciência e ter assertividade. Leva tempo para construir confiança em si mesmo e no relacionamento, principalmente para quem nunca trabalhou a própria autoconfiança antes.
Os problemas não irão desaparecer da noite para o dia, mas, se você ou o parceiro ciumento estiver comprometido com a relação, vale a pena passar por esse processo de cura das inseguranças.
Veja em seguida como lidar com o ciúme excessivo.
1. Sempre invista no diálogo sincero
O diálogo honesto favorece relacionamentos saudáveis. Tanto você quanto o seu parceiro devem estar cientes das intenções e expectativas um do outro. Dessa forma, não correrão o risco de fantasiar uma realidade inexistente ou investir em um relacionamento sem futuro.
Os casais também devem comunicar planos para o futuro, mudanças em seus objetivos pessoais e quaisquer decisões que possam afetar a dinâmica da relação. Ser sincero com a pessoa amada diminui mal-entendidos que tornam o convívio extenuante.
Outro aspecto importante da comunicação é a resolução de conflitos. Sempre que você ficar aborrecido ou desapontado com uma atitude do cônjuge, converse com ele sobre isso.
Pode ser necessário deixar as emoções assentarem primeiro para evitar uma discussão. Todavia, não deixe que o assunto se prolongue por muito tempo.
2. Desenvolva a autoestima
Como o ciúme vem da baixa autoestima, é essencial que você dedique tempo para elevá-la. Você pode fazer isso através da valorização das suas qualidades, conquistas e aparência. Diariamente, diga a si mesmo quão valioso você é, mesmo que não acredite nisso no início.
Do mesmo modo, aceite elogios adereçados à sua personalidade e trabalho. Se achar necessário modificar a sua aparência para sentir-se melhor consigo mesmo, corra atrás do seu corpo ideal! Com o passar do tempo, você terá uma mentalidade mais positiva sobre si mesmo.
3. Faça terapia de casal
Alguns casais podem precisar de ajuda para retomar o convívio harmônico.
O ciúme excessivo pode ter danificado a relação, mas o desejo de permanecer junto do casal permaneceu. Sendo assim, a terapia de casal pode ser a alternativa mais apropriada para assegurar a continuidade do relacionamento.
Como o ambiente da terapia, seja virtual ou presencial, é seguro e acolhedor, os parceiros ficam mais confortáveis para expressar os seus verdadeiros sentimentos. O psicólogo atua como mediador entre os parceiros, permitindo que desabafem e compartilhem seus desejos para tornar a relação saudável.
4. Aprenda que cada pessoa é livre
Mesmo em um relacionamento, as pessoas são livres para fazer o que desejam. Elas possuem liberdade para estudar, trabalhar, sair com amigos (que conhecia antes de estar namorando ou casado) e levar uma vida normal mesmo na ausência da companhia do parceiro.
O cultivo à liberdade na relação é imprescindível para a sua longevidade. Afinal, as pessoas não podem deixar de viver as suas vidas e correr atrás de seus objetivos pessoais simplesmente porque estão em um relacionamento.
Caso o parceiro controlador tenha uma postura violenta, não hesite em buscar ajuda de familiares, amigos e, se necessário, de autoridades.
5. Não se apegue a experiências do passado
Experiências ruins devem ser mantidas no passado. Se você foi traído em outro relacionamento, não significa que essa situação se repetirá. Não permita que o passado atrapalhe uma relação do presente. Você pode descobrir que ela possui potencial para se tornar um compromisso para toda a vida.
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Autor: psicologo Alexandre Andrade Leite - CRP 06/152174Formação: Formado em Psicologia pela Universidade Nove De Julho, realizou estágios focados em clínica psicológica, tanto voltada para linha Psicanalítica como para a linha Comportamental.