Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Geraldine Medeiros Ferreira - Psicólogo CRP 04/12240
Muitas pessoas sentem necessidade de agradar os outros. Essa característica pode parecer bonita e até inspiradora.
Afinal, trata-se de querer fazer quem está ao seu redor feliz! Esse é de fato o principal motivador em alguns casos.
Já em outros, a necessidade de agradar pode facilmente ultrapassar os limites do que é saudável.
As pessoas se esquecem de si mesmas para depositar todo o seu foco no próximo, podendo ser familiares, cônjuges, colegas de trabalho, amigos e desconhecidos.
A negligência consigo mesmo pode, segundo psicólogos, trazer diversas consequências para a saúde mental com o passar do tempo.
O que é necessidade de agradar os outros?
Uma pessoa que tem necessidade de agradar os outros faz de tudo em prol do bem-estar alheio.
Ela negligencia as suas próprias necessidades para alcançar esse objetivo e, no processo, prejudica os seus projetos pessoais, bem-estar emocional, vida profissional, relacionamentos interpessoais, entre outros aspectos da sua vida.
O seu desejo de agradar os outros a todo custo não vem da vontade de ver os outros felizes, mas sim da sua insegurança e falta de autoestima.
A pessoa teme perder a afeição do cônjuge, amigos e familiares; de ser julgado erroneamente por dizer ‘não’; e de ficar sozinho.
A sua autopercepção é influenciada pela opinião dos outros. Se ela os decepciona, significa que é uma pessoa ruim e precisa provar o contrário.
Em outras palavras, o seu senso de identidade gira entorno da validação do outro.
Exemplos de condutas cujo objetivo é agradar os outros são:
- Dizer ‘sim’ quando se quer dizer ‘não’;
- Ensaiar o que dizer repetidamente para não magoar os outros;
- Deixar de fazer algo que gosta para fazer o que o outro gosta;
- Cancelar os seus próprios compromissos para comparecer aos dos outros;
- Se deixar levar por chantagens emocionais;
- Concordar com os outros para não criar caso;
- Ficar ansioso quando os outros estão ‘irritados’ ou ‘tristes’ com você;
- Se sentir responsável pelo estado emocional dos outros;
- Fingir entusiasmo quando não se está interessado;
- Pedir desculpas por coisas pequenas; e
- Ignorar as próprias necessidades e valores em prol de satisfazer os outros.
As condutas mencionadas indubitavelmente causam sofrimento emocional. Quando você vive para agradar os outros, deixa de cuidar de si mesmo e, sobretudo, de se conhecer.
Você não sabe muito bem quais são as suas opiniões, desejos e objetivos de vida e, caso os saiba, os ignora para colocar os dos outros em primeiro lugar.
Essa negligência consigo mesmo é a receita para uma série de distúrbios psíquicos, como depressão e ansiedade.
De onde vem a necessidade de agradar os outros?
A necessidade de agradar os outros tem várias causas. É importante entender as causas desse comportamento para que você consiga encontrar maneiras de combatê-lo e, assim, levar uma vida mais leve e proveitosa.
1. Falta de autoestima
Pessoas que não valorizam os seus próprios desejos e necessidades não conseguem se colocar em primeiro lugar.
Elas acreditam que os outros são mais importantes, portanto, merecem ter os seus desejos atendidos.
A necessidade de validação e o medo do criticismo também são características da falta de autoestima.
Ao fazer coisas para os outros, essas pessoas acreditam que podem ser aceitas e evitar comentários negativos a seu respeito.
2. Insegurança
As pessoas também tentam agradar os outros porque se preocupam que eles não gostarão delas se não fizerem o que desejam.
Elas não possuem confiança em quem são, então pensam que precisam oferecer algo a mais para os outros gostarem delas.
3. Experiências negativas
Vivências desagradáveis na infância e adolescência podem levar as pessoas a desenvolverem a necessidade de agradar os outros.
Vítimas de abuso, por exemplo, podem tentar ser excessivamente agradáveis para evitar desencadear comportamentos abusivos nos outros.
Da mesma forma, quem sofreu bullying na escola pode perder a confiança em si mesmo e acreditar que precisa satisfazer os demais para não ser maltratado.
4. Solidão
Pessoas solitárias podem fazer de tudo para agradar para, enfim, se sentirem aceitas e acolhidas por um indivíduo ou um grupo de indivíduos.
A falta de familiaridade com interações sociais as leva a tomar decisões prejudiciais para si mesma, pois não conseguem ler as intenções dos outros ou recusar pedidos esdrúxulos.
5. Medo da rejeição
O medo da rejeição é um motivador comum da necessidade de agradar os outros.
Quem compartilha desse temor evita mostrar quem realmente é, compartilhar opiniões e tomar atitudes que realmente se alinham com seus desejos para evitar ser rejeitado, mesmo quando não há possibilidade de isso acontecer.
Como deixar de querer agradar os outros?
A vontade de agradar os outros não é totalmente ruim. Quando essa característica não domina o indivíduo, ela resulta em atos de altruísmo que podem beneficiar a vida de várias pessoas.
Ela somente vira um problema ao se tornar o único meio para fortalecer a autoestima ou ao causar a negligência do próprio bem-estar emocional.
Dedicar todo o seu tempo e energia para ajudar os outros e vê-los felizes em troca de validação gera uma série de emoções negativas, como frustração, raiva, estresse e desânimo.
Mesmo fazendo de tudo para agradar o próximo, você pode não alcançar o seu objetivo. Afinal, não se pode controlar as pessoas!
Quem você está tentando agradar pode ter reações completamente opostas às que você espera ou tentar se aproveitar da sua boa vontade com exigências abusivas.
Felizmente, você pode trabalhar a necessidade de agradar as pessoas e desenvolver condutas mais saudáveis, as quais colocam as suas necessidades em primeiro lugar. Confira dicas de como fazer isso em seguida!
1. Estabeleça limites
É importante saber os seus limites para que você os respeite e consiga aproveitar o seu potencial ao máximo em todas as ocasiões.
Além disso, estabelecer limites nos relacionamentos é essencial para a boa convivência, mesmo com familiares e amigos de longa data que aparentemente sabem tudo sobre você.
Se parece que alguém está pedindo por mais do que você é capaz de entregar, independente do que seja, deixe que essa pessoa saiba disso.
Dessa maneira, ela saberá o que você está disposto a fazer e a não fazer. Se ela ainda não o respeitar, reflita sobre a qualidade dessa amizade em sua vida.
2. Coloque-se em primeiro lugar
Comece a se colocar em primeiro lugar na sua vida. Pode ser difícil dizer ‘não’ ao se deparar com pedidos por conta do costume, então comece devagar.
Estabeleça pequenas metas para si mesmo, como não expressar opiniões contrárias ao que você pensa e permitir que os outros administrem as suas próprias emoções antes de se atravessar. Com o tempo, você conseguirá dizer ‘não’ a pedidos sem se sentir mal.
3. Se conheça
Quando você passa grande parte da vida agradando os outros, se esquece de si mesmo.
Consequentemente, tem pouco conhecimento sobre quem você é e o que você deseja.
Por isso, dedicar um tempo para o autoconhecimento é importante. Ao identificar ambições, bem como a maneira que você gosta de fazer as coisas, você tem motivação para correr atrás dos seus objetivos e consegue prolongar o seu bem-estar no dia a dia.
4. Pare de se desculpar
Pessoas que possuam necessidade de agradar os outros também sentem necessidade de se desculpar.
Às vezes, por coisas que não têm culpa. Elas atribuem a responsabilidade dos acontecimentos e dos sentimentos alheios a elas, embora não haja necessidade disso.
Pratique não se desculpar a todo momento. Em vez de dizer ‘desculpe, não posso fazer isso agora’ ou ‘desculpe, estou ocupado’ diga ‘preciso terminar pendências e depois posso ajudar quando tiver tempo’.
Essa pequena mudança na maneira de parafrasear as suas intenções vai ajudá-lo a construir autoconfiança.
5. Busque validação interna
A pessoa cuja validação é mais importante é você mesmo. Deixe de buscar validação externa e passe a procurar a validação dentro de você.
A melhor maneira de fazer isso é refletir sobre o que você quer dos outros e atribuir isso a você mesmo.
Por exemplo, você quer se sentir bonito, aceito e amado? Como você pode instigar esses sentimentos sem a participação dos outros?
Se você se sente bem consigo mesmo, não precisa dos outros para ajudá-lo a fazer isso.
Faça atividades que você gosta, trabalhe em habilidades que você (e somente você) acredita que precisam de melhoria, se vista e se arrume do jeito que você se sente bem, vá a lugares onde você se sente confortável, saia com pessoas alto-astral e, sobretudo, aproveite cada minuto dessas experiências sem se sentir culpado.
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Consultas por vídeoKiane é psicóloga formada pelo Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG e possui pós-graduação em Saúde Coletiva pela Cruzeiro do Sul Educacional. Atua na clínica pelo viés psicanalítico e possui experiência no atendimento de adolescentes, adultos e idosos; presencial e online...
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Autor: psicologa Geraldine Medeiros Ferreira - CRP 04/12240Formação: A psicóloga Geraldine Medeiros Ferreira é graduada em Psicologia pela FUMEC, com pós-graduação e especialização em Psicanálise pela Universidade Federal de MG.
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Olá! Obrigada pelo seu feedback!
Muito bom,obrigado pela ajuda.
Gosto muito do seus artigos
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