Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Lujan de Cássia Agostinho - Psicólogo CRP 06/85978

Os sintomas do autismo em adultos podem incluir a dificuldade de interpretar linguagem não-verbal, ter pouca habilidade para compreender ironias e mensagens de duplo sentido, apresentar entraves para expressar afeto, entre outros.
Os sinais variam de acordo com o nível e a gravidade do transtorno e com a particularidade do indivíduo, uma vez que cada pessoa possui seu conjunto único de manifestações.
Neste artigo, nos aprofundaremos neste assunto, incluindo formas de identificar o autismo em adultos, níveis e como funciona a mente de um adulto autista. Boa leitura!
- Como identificar autismo em adultos?
- Qual é a importância do diagnóstico tardio?
- Dicas para lidar com os desafios do TEA na vida adulta
- Tratamento para autismo adulto
- Níveis de autismo em adultos
- O autismo da infância é o mesmo da vida adulta?
- Como funciona a mente de um autista adulto?
- Crise de autismo em adultos
- Por que o diagnóstico de autismo em adultos é frequentemente tardio?
Como identificar autismo em adultos?
O diagnóstico de autismo em adulto deve ser realizado por um neurologista, psicólogo e/ou psiquiatra especialistas em Transtorno do Espectro Autista (TEA) e envolve uma série de etapas, sendo elas:
1. Avaliação clínica
Inicialmente, é realizada uma anamnese apurada, na qual o especialista questiona o indivíduo sobre os sintomas que já identificou, problemas relacionados à comunicação e socialização, padrões de comportamento, regulação emocional, entre outros tópicos.
2. Avaliação de histórico familiar
Durante a anamnese, o especialista também deve apurar o histórico familiar do paciente. Para isso, são feitas perguntas sobre a infância e sobre os parentes de primeiro grau para que se compreenda como os sintomas afetam o indivíduo e de onde podem ter surgido.
3. Aplicação de testes e questionários
A aplicação de testes e questionários também pode ser necessária, dependendo da necessidade do caso e abordagem do profissional. Esses recursos são importantes porque, junto às escalas padronizadas, permitem situar o paciente no espectro.
4. Avaliação multidisciplinar
Para que sejam descartadas possíveis condições clínicas, a avaliação multidisciplinar é necessária, o que pode envolver exames de tomografia, de sangue, entre outros.
Qual é a importância do diagnóstico tardio?
É fato que quanto mais cedo acontecer o diagnóstico do autismo, melhor para o paciente e para sua qualidade de vida. Entretanto, ainda que tardiamente, diagnosticar essa condição é muito importante. E isso ocorre por diversos motivos, como:
Oportunidade de compreender suas limitações
A falta de diagnóstico pode trazer muita angústia para os indivíduos, uma vez que esses se sentem diferentes da maioria das pessoas, mas não sabem exatamente o porquê.
Desse modo, o diagnóstico – mesmo que tardio – faz com que haja a compreensão de suas limitações, sobretudo àquelas referentes às habilidades sociais, e, consequentemente, abre-se a possibilidade para tratá-las e melhorar a autoestima e a autoconfiança.
Redução de sintomas de outras condições
As limitações geradas pelo autismo sem tratamento podem culminar no desenvolvimento de diversas questões mentais e emocionais, como ansiedade e depressão, justamente porque a pessoa não consegue se encaixar nos grupos sociais.
Em contrapartida, com o diagnóstico e tratamento assertivos, é possível reduzir os sintomas dessas condições adjacentes, inclusive, erradicando algumas.
Oportunidade de melhorar as relações interpessoais
Outro benefício do diagnóstico é a capacidade de melhorar as relações interpessoais, algo desafiador para o autista, que possui poucas habilidades sociais.
Nesse sentido, é possível entender a raiz de muitos conflitos nos relacionamentos e, assim, evitá-los, tornando as relações mais saudáveis.
Definição de um acompanhamento mais adequado
Muitas pessoas com autismo – mas sem o diagnóstico – podem procurar diferentes auxílios para lidar com seus conflitos internos, como a dificuldade de interação. Acontece que, sem a definição do que se tem, as chances de procurar uma ajuda ineficaz é grande.
Por outro lado, com o diagnóstico do TEA, o paciente consegue buscar a ajuda de profissionais especializados que realmente possam auxiliá-lo em suas dificuldades.
Dicas para lidar com os desafios do TEA na vida adulta
O diagnóstico do autismo na vida adulta pode ser assustador, sobretudo pelos estereótipos que essa nomenclatura traz. No entanto, é preciso lembrar que as dificuldades já existiam muito antes… O nome apresenta, na realidade, a possibilidade de se tratar e ter mais qualidade de vida.
Nesse cenário, existem algumas dicas que podem ajudar a lidar com essa questão, como:
- Busque apoio profissional
É essencial contar com a ajuda de um bom psicólogo, psiquiatra e outros especialistas para receber um plano de intervenção adequado, que possa promover bem-estar e saúde mental. Saiba que, na Psitto, você encontra terapeutas especialistas em TEA.
- Trabalhe habilidades de comunicação
Considerando que se comunicar é um grande desafio dos autistas, é muito importante que o indivíduo comece a treinar essa habilidade. Comece pelos amigos e familiares, com os quais você tem mais afinidade, para se sentir cada vez mais à vontade.
- Estabeleça rotinas claras
Ter horários regulares para as atividades diárias promove uma sensação de segurança, algo que é importante para que pessoas do espectro não se sintam desestabilizadas.
- Informe-se sobre o autismo
A falta de informação sobre o TEA pode gerar medo e muitas dúvidas diante do diagnóstico. Sendo assim, procure se informar sobre o autismo, em fontes confiáveis – livros, artigos, workshops, etc., para promover a autoaceitação e conhecer estratégias de enfrentamento.
Principais recursos de apoio para TEA adulto
Existem diversos recursos de apoio que podem prestar assistência ao autista e fazê-lo se sentir realmente pertencente a uma comunidade. Os principais são:
- Grupos de apoio: existem comunidades – presenciais e online – voltadas especialmente para adultos com autismo. Nelas, é possível compartilhar experiências, pensamentos e conhecer pessoas com uma jornada semelhante. Portanto, é uma forma de pertencimento e de aprender coletivamente a lidar com os desafios criados pela condição.
- Apoio familiar: a família e os amigos são muito importantes em todo o processo, uma vez que podem proporcionar segurança e acolhimento ao indivíduo.
- Workshops e materiais educativos: também existem workshops e materiais educativos que podem ser excelentes fontes de informação sobre o TEA, sendo um bom caminho para quebrar os estereótipos.
- Acompanhamento de bons profissionais: ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar qualificada também é um primordial recurso para o tratamento.
Tratamento para autismo adulto
Existem algumas frentes para o tratamento de autismo em adultos. Elas são:
- Psicoterapia
O objetivo da terapia é ajudar o paciente a desenvolver suas habilidades sociais, gerenciar o estresse, responder a mudanças repentinas, entre outras dificuldades que ele possa ter. Existem diferentes tipos de terapia, mas a mais indicada costuma ser a cognitivo-comportamental.
- Terapia ocupacional
Caso o adulto tenha sensibilidade a estímulos sensoriais, como sons, luzes e toques, o psicólogo pode recomendar o acompanhamento de um terapeuta ocupacional. Afinal, o incômodo causado por esses estímulos dificulta ainda mais as interações sociais.
- Medicamentos
Não existem medicamentos específicos para o autismo, entretanto, alguns podem ser prescritos pelo psiquiatra para tratar comorbidades, como ansiedade, depressão ou TDAH.
Níveis de autismo em adultos
O Transtorno do Espectro Autista apresenta três níveis segundo o Manual Diagnóstico Estatístico de Doenças Mentais (DSM-V). Para quem não sabe, esse é o guia profissional que orienta o diagnóstico de condições de saúde mental.
Assim, os tipos de autismo são:
- Nível 1 – leve: os sintomas leves são caracterizados por dificuldade para iniciar interações sociais, interesse reduzido por socialização, tentativa malsucedidas de fazer amizades, comportamento inflexível, problemas de organização e planejamento, entre outros. Neste nível, as pessoas precisam de apoio, mas ele não é substancial.
- Nível 2 – moderado: entre os sintomas moderados estão deficits mais severos na comunicação, respostas reduzidas ou atípicas a interações sociais, interesses limitados, comunicação não verbal mais acentuada, resistência a mudança, dificuldade para mudar o foco ou ações rotineiras e inflexibilidade de conduta. O indivíduo requer apoio substancial.
- Nível 3 – grave: os sintomas graves são compostos por deficits graves de comunicação verbal e não verbal, resposta mínima a aberturas sociais, grande sofrimento ao tentar mudar o foco, comportamento repetitivo e rígido, entre outros. Neste nível, o indivíduo precisa de apoio para realizar atividades do dia a dia, como se alimentar e fazer a higiene pessoal.
Como é um autista nível 1 adulto?
Embora seja considerado como “autismo leve” e sem a necessidade de um suporte intensivo, o autista adulto nível 1 enfrenta desafios específicos que podem impactar sua rotina profundamente.
No ambiente de trabalho, por exemplo, o indivíduo pode se estressar com estímulos sensoriais intensos, com reuniões repentinas e com mudanças de tarefas sem aviso prévio. Além, é claro, da dificuldade – e até recusa – de se reunir com os colegas em eventos corporativos, por exemplo.
Já na vida social, o autista recorrentemente pode não conseguir compreender normas implícitas e expressões, o que pode gerar desentendimentos. Além disso, o conflito nas relações pode surgir porque o indivíduo tem atitudes que soam como “fora do padrão” para a sociedade, como a secura na fala e a comunicação bastante direta.
Diante disso, o autista nível 1 adulto costuma se isolar socialmente, ficar com a autoestima baixa, sofrer com a insegurança e falta de autoconfiança, entre outras questões.
O autismo da infância é o mesmo da vida adulta?
Sim, o autismo da infância é o mesmo da vida adulta. O que causa essa dúvida é que, na fase adulta, os sintomas dos casos menos severos podem encontrar estabilidade.
Além disso, indivíduos com diagnóstico tardio possivelmente não apresentaram sintomas intensos na infância, o que também traz esse questionamento entre uma possível distinção.
Segundo a Unifesp, estima-se que haja 3 milhões de autistas adultos no Brasil.
Como funciona a mente de um autista adulto?
A mente da pessoa autista funciona de forma diferente do cérebro de indivíduos neurotípicos. Um estudo recente apontou que, no cérebro autista, há áreas em que o processamento é mais rápido, enquanto em outras ele é mais lento.
Por isso, em situações que exigem o uso das habilidades sociais, o processamento é mais lento, o que causa a dificuldade de interação, por exemplo.
Por outro lado, em situações que exigem detalhes concretos e estatísticos, o processamento da mente é melhor do que as pessoas sem o transtorno, o que faz com que muitos autistas sejam superiores em áreas como física e ciência da computação.
Pode-se dizer, ainda, que a mente do autista funciona com as seguintes características:
- Boa percepção de detalhes.
- Boa memória para fatos e estatísticas.
- A interpretação dos fatos é mais direta e menos tendenciosa.
- Bom raciocínio concreto e lógico.
- Processamento sequencial lento.
- Dificuldade com múltiplos e vagos significados.
- Dificuldade em processar informações que mudam rapidamente.
- Dificuldade em aprendizagem que exija reflexão.
Crise de autismo em adultos
As crises de autismo em adultos podem ocorrer quando o indivíduo atinge um nível muito alto de estresse ou ansiedade, podendo ser resultado de um acúmulo diário de situações adversas ou do contato com algum evento de sobrecarga sensorial ou que exija socialização, por exemplo.
Assim, essas crises podem ser caracterizadas por:
- Agitação intensa
- Agressividade
- Comportamentos repetitivos
Os indivíduos também podem ficar em silêncio, retraindo-se do mundo à sua volta.
No caso das crises nas crianças autistas, essas podem ser mais intensas, com objetos sendo atirados e gritos e xingamentos. No entanto, muitos pais confundem a situação com “birras”, o que atrasa ainda mais o diagnóstico.
Por que o diagnóstico de autismo em adultos é frequentemente tardio?
De acordo com um estudo publicado pelo International Society for Autism Research (INSAR), 100 a cada 10 mil crianças ao redor do mundo possuem o diagnóstico de TEA.
Já em relação ao autismo adulto, segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC, em inglês), cerca de 1% da população mundial está no espectro.
Apesar do avanço no diagnóstico do autismo, ainda é complicado para muitas famílias brasileiras terem acesso aos especialistas necessários para fazer uma avaliação.
Além disso, como os pais estão em contato diário com a criança, podem se acostumar com os seus comportamentos de autismo e não conseguem perceber os primeiros sinais.
Já na fase adulta, pode levar tempo até o indivíduo encontrar um especialista para conduzir uma investigação certeira. Isso sem falar que os estigmas sobre o transtorno podem fazer com que se evite pensar na possibilidade do diagnóstico.
Se você ou algum ente receber o diagnóstico do TEA, então é momento de iniciar um tratamento assertivo. Por isso, conheça hoje mesmo os psicólogos que atendem casos de autismo no formato de terapia online por videochamada:
Psicólogos para Autismo
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15/jul. às 06:00hs
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Autor: psicologa Lujan de Cássia Agostinho - CRP 06/85978Formação: Lujan de Cássia Agostinho possui graduação e licenciatura em Psicologia, especialização em Psicologia Clínica na Abordagem Cognitivo-Comportamental (TCC) e MBA em Gerência de Recursos Humanos.
excelente informaçoes.
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